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"O Tapete está na Rua" em Arraiolos
Nas montras ou nas janelas, um pouco por todo o lado, os tapetes são peça obrigatória por estes dias, para lembrar que é preciso certificar este produto genuinamente português.
Exposições, colóquios, espetáculos, artesanato, produtos regionais, uma feira do livro e uma enorme montra de tapetes, assim se faz mais uma edição de “O Tapete está na Rua” que arranca esta sexta-feira, prolongando-se até 17 de junho.
“É um evento que sendo dedicado ao tapete de Arraiolos, tem outro conjunto de iniciativas associadas como exposições várias, animação cultural e animação de palco, marionetas, o primeiro encontro de colecionadores ou um encontro de fanfarras”, revela à Renascença, a autarca Sílvia Pinto.
A programação contempla um dia dedicado à tapeteira, 17 de junho, com o centro histórico repleto de mulheres a trabalhar ao vivo e com possibilidade do próprio visitante pegar na agulha e nas lãs.
“Nesse dia vamos ter muitas pessoas, na rua, a coser o tapete de Arraiolos, mas para quem nos visita, ao longo destes dias, é possível, também, ter essa experiência e aprender a nossa arte”, acrescenta a presidente da câmara.
Nas montras ou nas janelas, um pouco por todo o lado, os tapetes são peça obrigatória por estes dias. Não faltará, por isso, aquele que é o maior tapete fabricado na vila. São 120 metros quadrados e cerca de 240 quilos, estendidos no chão da Praça do Município.
Sem certificação, Arraiolos acena à UNESCO
Tudo se faz para renovar a necessidade de preservar, salvaguardar e certificar este produto de excelência. Por falta de regulamentação de uma lei, aprovada pelo Parlamento, Arraiolos aguarda há mais de uma década pela certificação dos tradicionais tapetes.
“Há uma lei aprovada que tem como objetivo a criação do Centro para a Promoção e Valorização do Tapete de Arraiolos, e é a este centro que compete a certificação do produto, mas, infelizmente, não se avançou com mais nada”, lamenta Sílvia Pinto. Para a autarca, “não se pode continuar a negar-lhe o valor económico, patrimonial e cultural, através de uma certificação adequada”.
E enquanto se espera que a inércia passe, procuram-se outros caminhos para valorar esta expressão artística das mais genuínas em Portugal. Assim, está a ser preparada uma candidatura dos Tapetes de Arraiolos a Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“Neste momento estamos a aguardar resposta por parte do Inventário Nacional, pois houve uma alteração ao registo do Património Imaterial da Unesco, e aguardamos o deferimento deste processo para podermos dar mais um passo nesta candidatura”, explica a presidente do município alentejano.
“O Tapete está na Rua” aposta nos espetáculos musicais. O palco principal do evento vai receber Fernando Daniel (dia 8), os HMB (dia 9), Carlos Leitão (dia 10), Tiago Bettencourt (dia 15), Resistência (dia 16) e, a encerrar, no dia 17, Cuca Roseta.
por Rosário Silva in Rádio Renascença | 8 de junho de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença