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Museu de Portimão é parceiro da Campanha de Arqueologia Subaquática que volta ao rio Arade
De 1 a 30 de junho de 2018 volta a decorrer a campanha de arqueologia subaquática integrada no projeto de investigação “Um complexo portuário milenar no Barlavento Algarvio: a arqueologia do estuário do rio Arade”.
A campanha realizada no estuário e embocadura do rio Arade é coordenada pelos arqueólogos Cristóvão Fonseca e José Bettencourt, promovida pelo Centro de Humanidades (CHAM) - unidade de investigação interuniversitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e conta, tal como nos anos anteriores, com a parceria do Município de Portimão, através do seu Museu onde funciona a base de apoio logístico.
Os sítios arqueológicos a intervencionar, denominados Arade B, Ponta do Altar B, GEO 5 e Arade 23, correspondem a contextos de naufrágio e fundeadouro e abrangem uma cronologia que vai desde o período romano até à época contemporânea. Este ano com uma campanha mais longa, para além de retomar os últimos trabalhos de campo realizados em 2016, serão feitas sondagens por escavação e o registo sistemático dos contextos, acções que não são realizadas há mais de uma década e que são cruciais para a obtenção de dados inéditos e de contexto.
Com estes trabalhos pretende-se não só dar continuidade à investigação já realizada, mas também potenciar um novo fôlego à investigação arqueológica do rio Arade, que tem como objectivo criar as bases para a valorização do seu potencial científico, pedagógico e turístico, considerando que se trata de uma referência no domínio da arqueologia náutica e subaquática no panorama nacional.
Ao nível do impacto socioeconómico destaca-se ainda a actualização do inventário georreferenciado de ocorrências patrimoniais do estuário do rio Arade, permitindo criar um corpus de referência de grande utilidade como ferramenta para a gestão e ordenamento do território, sobretudo numa fase em que se prevêem obras de requalificação portuária e das condições de navegação no estuário.
A foz do rio Arade corresponde a um espaço privilegiado de ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, que apresentou desde sempre características propícias para a navegação. É um porto natural de abrigo, que serve os vários núcleos urbanos históricos, nomeadamente Portimão, assim como, corresponde a uma importante via de navegação, comunicação e penetração no interior do Barlavento Algarvio. Esta realidade encontra-se amplamente documentada pelas fontes escritas e por diversos vestígios arqueológicos identificados nas últimas décadas.
O reconhecimento do potencial arqueológico subaquático do estuário do rio Arade remonta, pelo menos, à década de 1970 e a investigação realizada desde 1993 tem vindo a contribuir de forma decisiva para a afirmação do seu valor científico e patrimonial. O espólio recuperado pode ser visto no Museu de Portimão.
O projeto conta não só com o apoio do Museu de Portimão e da Câmara Municipal, mas também com diversas entidades nacionais e regionais, entre elas a Junta de Freguesia de Portimão, o Grupo de Amigos do Museu de Portimão, o Clube Naval de Portimão, o Clube Subaquático de Mergulho Portisub, a Ondanautica Lda., a Capitania do Porto de Portimão, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Administração dos Portos de Sines e do Algarve S. A., a Direcção-Geral do Património Cultural e o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática. Estes apoios revelam-se imprescindíveis para a realização da campanha.