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Restauro da pintura "Quo Vadis?" distinguido com Prémio APOM

Integrada na coleção do Museu de Lamego desde a sua criação, foi sendo relegada para as reservas, sujeita a várias intervenções que se revelaram desastrosas para a sua conservação. Em 2017 foi finalmente restaurada, apresentada ao público e reintegrada na exposição permanente. Em 2018, chega o reconhecimento da APOM.


Proveniente da Sé de Lamego e integrada na coleção do Museu de Lamego na sequência da implantação e República e nacionalização dos bens da Igreja, a pintura “Quo Vadis?”, produzida no século XVI, denuncia um pintor de assinaláveis recursos, provavelmente relacionado com a presença em Lamego de Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes, parceria hoje conhecida por “Mestres de Ferreirim”.

Durante cerca duzentos anos na catedral de Lamego, obras de remodelação na segunda metade do século XVII e durante o século XVIII viriam a ditar o seu desmantelamento do lugar original.

O restauro desta pintura está integrado no projeto Conhecer Conservar Valorizar, também premiado pela APOM em 2012, projeto de fundraising que tem como objetivo sensibilizar o público para as necessidades de conservação das coleções museológicas e, através de doações anónimas, gerar as receitas necessárias ao seu restauro. Ainda no seu primeiro ano, em 2011, permitiu desde logo o restauro da gravura do século XVIII “Alegoria a África”.

O restauro do “Quo Vadis?” foi ainda mais longe ao agregar, além das doações anónimas, o mecenato empresarial das empresas Sogrape, através da sua marca Grão Vasco, e Six Senses, garantindo desta forma o financiamento necessário à realização da intervenção, que contou com a parceria da Porto Restauro, Museu do Douro e Laboratório Hércules e com o apoio da Liga dos Amigos do Museu de Lamego, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e Câmara Municipal de Lamego.

Representante de um período áureo da pintura portuguesa, a pintura passou a integrar de imediato a coleção permanente, simbolicamente no dia 5 de abril de 2017, data em que foi apresentada ao público pela primeira vez e em que oficialmente o Museu de Lamego comemorou o seu Centenário.

O restauro serviu ainda de mote para o conhecimento mais aprofundado da obra, com o lançamento do número 2 dos Cadernos “Conhecer Conservar Valorizar” que propõem a redescoberta da pintura, através do contributo de diversos especialistas, que percorrem a peça do ponto de vista do estudo formal, da iconografia, do contexto de produção e do processo de conservação e restauro, integrando ainda uma reportagem vídeo sobre o processo de restauro.

Disponível online, a publicação, cujo caráter multimédia pretende favorecer uma maior abrangência de públicos, proporciona ao mesmo tempo uma maior proximidade com todo o processo que envolveu o restauro da pintura “Quo Vadis?”, que teve tanto de complexidade como de desafio.

Foi todo este projeto que a Associação Portuguesa de Museologia veio reconhecer com a atribuição do Prémio “Intervenção em Conservação e Restauro”, distinção que é atribuída ao Museu de Lamego, pela quarta vez. Em 2012, o museu via reconhecido o seu projeto “Conhecer Conservar Valorizar”; em 2015 chegava a vez do restauro da Capela de São João Evangelista ser distinguido; em 2017 seria o projeto Vale do Varosa a receber o reconhecimento da APOM.

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