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"Elas estiveram lá" recorda o papel de mulheres na resistência à ditadura

Foto de arquivo: EPA


Peça não parte de testemunhos de personalidades conhecidas da história, mas antes de mulheres anónimas, originárias de várias zonas do país, todas com vivências diferentes.

Testemunhos de resistência, do quotidiano de mulheres portuguesas, estão na base da peça "Elas estiveram lá" que até sábado atravessa a avenida da Liberdade, até ao Cinema S. Jorge, em Lisboa, numa produção do Teatro do Vestido.

"'Elas estiveram lá - quotidianos de resistência e de revolução de mulheres' incide sobre a presença feminina e a sua invisibilidade em determinados registos da história, uma vez que a história é contada por homens, e estes deixam sempre as mulheres na sombra", explicou à agência Lusa Joana Craveiro, autora do texto e responsável pela direção da obra.

A peça acaba por ser uma "reflexão sobre a condição feminina, face ao processo histórico e ao processo de repressão, daí que seja um espetáculo que começa na rua e termina numa sala", disse Joana Craveiro à Lusa, acrescentando que, assim, "acaba por ser também uma peça que aborda o processo de libertação feminina".

Não parte de testemunhos de personalidades conhecidas da história, antes de mulheres anónimas que Joana Craveiro foi conhecendo ao longo dos tempos - umas, ativistas políticas, outras, nem tanto -, e que são originárias de várias zonas do país, todas com vivências diferentes.

"A peça parte de uma pesquisa alargada que o Teatro do Vestido tem vindo a fazer, ao longo de cinco anos, a partir da recolha de testemunhos de mulheres anónimas, de mulheres que viveram a ditadura e o processo revolucionário, de mulheres que fomos encontrando ao longo do processo de construção" da obra, acrescentou Joana Craveiro.

Os "quotidianos de resistência" são evocados num percurso dramatizado, entre a avenida da Liberdade e o Cinema São Jorge, através da vivência de mulheres, durante a ditadura do Estado Novo, o dia 25 de Abril de 1974 e o processo revolucionário que se lhe seguiu.

O "percurso começa na Avenida da Liberdade, entra por uma porta, sobe um lance de escadas, e desemboca numa antiga sala de visionamento da censura", escreve o Teatro do Vestido, na apresentação da obra.

Construída para um espaço emblemático - o Cinema São Jorge, onde existia uma sala de visionamento da censura - e para a zona exterior circundante, a Avenida da Liberdade, esta criação do Teatro do Vestido está "profundamente ancorada nas memórias da própria cidade, resgatando a pequena história que nos constitui", lê-se na apresentação da obra.

As representações têm início às 21h00, no sábado, às 19h00. Os bilhetes são levantados no próprio dia do espetáculo, na bilheteira do Cinema São Jorge, a partir das 13h00.

A companhia recomenda "o uso de roupa e calçado confortáveis".


in Rádio Renascença | 18 de abril de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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