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"Medida Incerta": da Bienal de Veneza para Matosinhos
Depois de ter representado Portugal na edição de 2017 da mais importante bienal do mundo, em Veneza, a obra “Medida Incerta”, de José Pedro Croft, já está na sua casa definitiva: o antigo quarteirão da Real Vinícola, em Matosinhos.
O conjunto escultórico vai ser inaugurado no sábado, 16 de dezembro, pelas 16 horas, com a presença do artista e da presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.
Composta por seis peças de aço e vidro, “Medida Incerta” foi adquirira pela Câmara Municipal de Matosinhos em março e dá sequência ao programa de arte pública da autarquia, que conta, entre outras peças, com a anémona “She Changes”, da norte-americana Janet Echelman, com “Irmãos Gémeos”, a primeira escultura pública de Julião Sarmento, e com algumas das obras mais icónicas de Irene Vilar.
Considerado o mais importante escultor português da geração surgida na década de 1980, José Pedro Croft foi escolhido para criar a obra que representou Portugal na Bienal de Veneza deste ano. “Medida Incerta” foi pensada para dar sequência à exposição de 2016, dedicada aos complexos habitacionais desenhados por Álvaro Siza Vieira, tendo estado instalada, durante a bienal, na Villa Hériot da ilha da Giudecca, a poucos metros de um projeto do arquiteto, com cuja métrica a obra de arte dialoga.
A instalação definitiva de “Medida Incerta” junto da Casa da Arquitectura, escolhida por José Pedro Croft, permite, assim, retomar o diálogo entre as duas artes, presente na sua génese. O curador da representação portuguesa em Veneza, João Pinharanda, salienta que, a despeito do “diálogo rítmico com a métrica” do projeto de Álvaro Siza, as esculturas de Croft “são claramente autónomas dessa referência”, desenvolvendo “metáforas de energia (aceleração, instabilização e efemeridade, vertigem ou multiplicação)”.
Relacionando-se de modo poderoso com o espaço envolvente, as peças de “Medida Incerta” foram visitadas em Veneza por 16.110 pessoas entre maio e novembro. As esculturas, com uma altura que ronda os oito metros, estão agora distribuídas pelo espaço do antigo quarteirão industrial de Matosinhos, reabilitado pela Câmara Municipal de Matosinhos para acolher a Casa da Arquitetura e a Orquestra Jazz de Matosinhos.
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