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Martin Carr edita "New Shapes of Life"
“New Shapes Of Life” é o terceiro disco em nome próprio de Martin Carr e o segundo do artista editado pela Tapete Records.
O anterior álbum, “The Breaks”, lidou com os sentimentos de separação do mundo que rodeia Martin Carr. A música era simples, guitarras, teclas e bateria mas, por algum motivo que não entende, Martin Carr ficou mais insatisfeito no final do disco que quando o tinha começado a compôr. Desta vez, quis ir mais fundo.
Grande parte de 2015 foi passado no seu estúdio a tentar escrever músicas, sem chegar a lado nenhum e a sentir-se inútil até que David Bowie morreu. Deixou as suas composições e mergulhou a fundo no trabalho de David Bowie, discos, filmes e biografias. Não fez mais nada durante semanas a fio. Os discos de David Bowie são excelentes, claro, mas o que retirou do trabalho de Bowie foi a responsabilidade do artista, da importância de se exprimir através dum determinado meio e isso fez com que refletisse sobre a sua vida e nos anos que tinha desperdiçado a viver a vida dum artista mas a negligenciar a arte.
Largou tudo em que estava a trabalhar e começou a compôr um novo disco. Começou do zero, compôr e gravar, às vezes ao mesmo tempo, no seu estúdio em Cardiff. Estava à procura dum som e voz que fosse só seu. Esse foi o ponto de partida. Ser ele próprio, tentar descobrir o que fazia dele o que era e porque se comportava daquela forma.
As letras foram escritas primeiro, o que é diferente do habitual para Martin Carr, mas eram elas eram a força motriz das músicas e isso fez com que se concentrasse muito mais no que queria dizer do que nas rimas. Escreveu até se sentir vazio.
Desconstruiu a forma como trabalhou durante as últimas duas décadas e isso, de alguma forma, o despedaçou. Por ter ido ao limite, o seu bem-estar mental ficou em jogo e começou a sentir-se paranóico e ansioso, a falar consigo próprio até que se foi completamente abaixo e com a ajuda da família, decidiu ir ao médico. Algo que devia ter feito há muitos anos atrás.
Tentou voltar ao disco mas o seu lugar já era outro e passou seis meses à procura de alguém para o misturar. No Inverno de 2017 gravou um novo single, “Gold Lift”, inspirado na fotografia de Donald Trump e Nigel Farage tirada no dia a seguir à eleição presidencial. Perguntou a Greg Haver, um produtor e amigo de Cardiff que vivia na Nova Zelândia, se o podia ajudar na mistura. Com a ajuda de Greg que depois enviou a música para Clint Murphy para uma mistura mais aprofundada, Martin Carr encontrou assim a solução para a mistura de “New Shapes Of Life”.
Agora medicado, este disco representa o final dessa parte da vida de Martin Carr. Agora está do lado de lá do vidro onde todas as outras pessoas estão. Continua a não encaixar mas sente-se bem com isso. “New Shapes Of Life” é o primeiro disco que fez em que todas as letras fazem sentido e são verdadeiras. É o primeiro disco que soa a Martin Carr e não será o último.