O projeto “Um Teatro para Todos”, promovido pelo Teatro Nacional São João (TNSJ), foi distinguido com uma menção honrosa na categoria “Acessibilidade Social”, do Prémio Acesso Cultura 2017. A cerimónia de entrega de prémios teve lugar ontem, 21 de junho, na Biblioteca de Marvila, Lisboa, sendo que estavam candidatos ao Prémio Acesso Cultura 2017 cerca de 40 iniciativas dos mais diversos pontos do país. O galardão pretende distinguir as entidades que desenvolvem boas práticas na promoção da melhoria das condições de acesso aos espaços culturais e à oferta cultural em Portugal.

O projeto “Um Teatro para Todos” teve início em 2016, indo ao encontro da missão de serviço público de tornar os espaços geridos pelo TNSJ – e que incluem, além do próprio TNSJ, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória – acessíveis a todos os públicos. Desta forma, foram reforçadas as acessibilidades físicas e promovidas ações que desenvolvessem também a acessibilidade de conteúdos.

Cidadãos com mobilidade reduzida, que utilizam cadeiras de rodas, passaram a ter “lugar cativo” na plateia do TNSJ e do Teatro Carlos Alberto. Já as visitas guiadas ao TNSJ e ao Mosteiro de São Bento da Vitória contam, uma vez por mês, com a orientação presencial de um intérprete/mediador de Língua Gestual Portuguesa (LGP), para além de em todas as sessões serem disponibilizadas videoguias, através de dispositivo móvel, em LGP.

Ao longo da carreira dos espetáculos são promovidas sessões em LGP (destinadas à comunidade surda) e audiodescrição (para invisuais), além de sessões descontraídas que decorrem num ambiente mais informal e que permitem maior flexibilidade em relação a movimentações e ruídos na sala, sendo destinadas a crianças pequenas ou com défice de atenção, a pessoas com deficiência intelectual, com condições de espectro de autismo ou qualquer deficiência sensorial, social ou de comunicação.

Também o Centro de Documentação do TNSJ, localizado no Mosteiro de São Bento da Vitória – que contempla um Arquivo, um núcleo essencial para os investigadores dos campos cénicos e para a preservação de documentos como registos vídeos de espetáculos, textos de teatro, dossiês fotográficos ou materiais promocionais das peças do TNSJ, além daquela que é considerada a melhor  biblioteca em Portugal no que toca às artes performativas –, disponibiliza um computador que integra a aplicação NVDA (NonVisual Desktop Access) destinada a pessoas com deficiência visual e que permite a “leitura de ecrã”.