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Fernanda Fragateiro em nome próprio. Entre livros e arquitetura

Artista portuguesa representada na coleção EDP, apresenta o seu trabalho no MAAT a partir de hoje.

Construir é Destruir é Construir para refletir no MAAT | Nuno Fox/Lusa

 

Direita ou esquerda? É a primeira pergunta que a artista lança ao visitante quando chega à sua exposição Fernanda Fragateiro: dos arquivos, à matéria, à construção, a partir de hoje na Central Tejo, o histórico edifício do MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. A protagonista segue pela esquerda, ao encontro de uma das suas três peças da coleção da Fundação EDP, o DN avança na direção oposta ao encontro de uma mesa cheia de caixas, um laboratório de materiais apresentado pela terceira vez. "A partir de cada caixa posso contar a história de cada peça da exposição". Livros, pedaços de tijolos, protótipos...

Este laboratório nasceu quando Fernanda Fragateiro foi convidada a fazer um seminário na Universidade de Harvard, para 12 alunos. "Pediram-me para explicar a importância da investigação no meu trabalho, que materiais uso. Como vou explicar com imagens? É falar de coisas tão etéreas...", lembra. "E então tive uma ideia, que acho brilhante, que foi levar, sem dizer nada a ninguém, 27 caixinhas. Cada uma tinha materiais, um livro específico, uma fotografia..."

Durante o seminário, gerou-se curiosidade em torno das caixas. Além dos alunos, curadores e diretora do museu de arte de Harvard quiseram vê-las. "Fiquei muito interessada neste trabalho, até porque o museu pediu para comprar a peça e nesse momento tive de tomar a decisão transformar em obra de arte a investigação. Achei extremamente interessante esse processo", explica, remetendo para o que tem sido o seu percurso. É o que se vê, fazendo o percurso pela esquerda, na peça Construir é Destruir é Construir, produzida para o cinzeiro 8 e agora, de novo, exibida, com mais tijolos "do processo de restauro que o edifício está a sofrer". A peça, um contentor espelhado carregado de tijolo partido, pretendia fazer um contraste com a solidez do edifício".

Esta exposição nasce de outra, no Armory Show, nos EUA, onde a Fundação EDP adquiriu um terceiro trabalho da artista para a sua coleção, e insere-se na programação do museu que se debruça sobre a obra de artistas em meio de carreira. Fernanda Fragateiro (Montijo, 1962) cumpria esse requisito e outro ainda. "Queríamos olhar para um trabalho da artista, para o qual, no contexto nacional, ainda não se tinha olhado", nota Ana Anacleto, na antevisão da exposição para a imprensa, na ausência da curadora Sara Antónia Matos.

A artista toma a palavra e, na ausência da curadora Sara Antónia Matos, fala das escolhas. "Dadas as características do espaço, acabei por focar-me na relação com a arquitetura, como questiono os limites e os repenso". Trouxe os livros do seu arquivo e quis quebrar barreiras arquitetónicas. Pôr à vista o pladur e a sua estrutura, deixar a luz natural.


por Lina Santos, in Diário de Notícias | 21 de junho de 2017

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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