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Biblioteca Galveias reabre após dois anos de obras
A maior biblioteca municipal reabre portas no sábado depois de mais de dois anos fechada, com mais serviços para a comunidade.
Com mais 220 lugares sentados, mais 700 m2, salas de estudo com horário alargado, um espaço para crianças, salas polivalentes e de trabalho, com acesso livre à internet e um espaço lounge. Estas são algumas das novidades da renovada Biblioteca Galveias, no Campo Pequeno, em Lisboa, que reabre as portas no sábado, depois de um investimento de 2,5 milhões de euros.
A requalificação do Palácio Galveias, edifício construído no século XVII como casa de campo dos Távoras, absorveu a maior fatia: 1,9 milhões de euros. Os restantes 600 mil euros foram aplicados "na requalificação da missão desta biblioteca e também no aumento do espaço", refere Catarina Vaz Pinto, durante uma visita à imprensa, na última sexta-feira. "As bibliotecas já não são apenas espaços onde se vai buscar ou ler livros, são espaços de acesso à cultura, à informação, para a comunidade, locais de aprendizagem ao longo da vida. E agora as Galveias também vão ser tudo isso", refere a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa.
E é precisamente nesse espírito, que a Biblioteca Galveias, procurada por mais de 600 utilizadores diários quando fechou em março de 2015, reabre "com novas valências e serviços". Entre as novidades, destaque para as salas polivalentes e para as salas de estudo que, durante alguns períodos, funcionará com horário alargado. "Com quatro universidades e cinco institutos superiores nas proximidades da Biblioteca são muitos os estudantes universitários que utilizam as Galveias", contextualiza Susana Silvestre, chefe de divisão das bibliotecas da autarquia de Lisboa.
O aumento da área da Biblioteca explica-se pela ocupação total do Palácio, adquirido em 1928 pela câmara, o que não acontecia até 2015 quando o primeiro andar era utilizado pelas galerias municipais.
As novidades prolongam-se a questões tão simples como a existência de fichas de eletricidade para ligar o computador em cada um dos agora 322 lugares sentados (em vez dos apenas 110 existentes anteriormente), a dois balcões de empréstimo - "para acabar com a filas que antes existiam", salienta Susana Silvestre -, ou ainda à implementação de um sistema de inventariação através de código de barras (do género do que existe nos supermercados, por exemplo), o que permitiu a instalação de máquinas de autoempréstimo, tornando assim mais fácil o levantamento e a devolução de até cinco livros.
E na lógica que tem norteado a intervenção na rede de bibliotecas municipais ao longo dos últimos dois mandatos - durante os quais foram aplicados 8,3 milhões de euros na recuperação, renovação e construção de novas bibliotecas - a Biblioteca Galveias "terá 60% de espaço de silêncio e o restante de ruído". Uma contabilidade feita por Susana Silvestre, salientando que às oito salas de leitura juntam-se o jardim, o terraço, as salas polivalentes e três salas multiusos. "Locais onde as pessoas podem vir, reunir, fazer as suas reuniões empresariais, tudo gratuito. Mas não são locais de trabalho efetivo", alerta Susana Silvestre.
A biblioteca, que a 5 de julho faz 86 anos, é ainda complementada pelo jardim que irá estar aberto no mesmo horário do quiosque. "Estamos em fase de concessão [do quiosque] e a ideia é podermos fazer eventos fora de horas. O primeiro será o Festival Ibero-Americano de Narradores Orais, nos dias 14, 15 e 16 de julho, das nove da manhã à meia-noite. O próprio concessionário também vai fazer programação alinhada connosco", revela a responsável das bibliotecas.
"Uma biblioteca patrimonial que se adequa, adapta e reinventa para os novos tempos", sintetiza Catarina Vaz Pinto.
por Marina Marques, in Diário de Notícias | 8 de junho de 2017
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias