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Orquestra Metropolitana de Lisboa promete "continuidade e reinvenção"
Temporada 2017/18 inclui 150 projetos e terá o russo Pavel Gomziakov e o finlandês Magnus Lindberg como artistas associados. Pedro Amaral e António Mega Ferreira foram reconduzidos nos cargos até 2020.
A temporada 2017/18 da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), apresentada esta segunda-feira no Estúdio Aberto da instituição, vai concretizar 150 projetos, desde o atelier de ópera à estreia de Sérgio Godinho com orquestra. O diretor artístico, Pedro Amaral, explicou que ela decorrerá sob o duplo mote de “continuidade e reinvenção”.
Orçada em 350 mil euros, a próxima temporada vai assentar, à semelhança dos últimos anos, em três grandes eixos: música barroca, música clássica e música sinfónica. Em cada um deles, a continuidade, relativamente às últimas quatro temporadas, e a reinvenção, “sem a qual as boas ideias esmorecem e o entusiasmo cede à rotina”, escreve Pedro Amaral no programa, serão a marca de um calendário de concertos e outras iniciativas que vão estender-se por vários espaços da capital (Teatro Thalia, Museu Nacional de Arte Antiga e Centro Cultural de Belém, entre outros), com extensões também a palcos da Grande Lisboa.
A continuidade será visível na abordagem de um reportório diversificado e na repartição da atividade entre a apresentação de intérpretes a solo, formações de câmara e a associação da OML com a Orquestra Académica Metropolitana (constituída pelos alunos da Academia Nacional Superior de Orquestra, uma das três instituições de ensino da AMEC – Associação Música, Educação e Cultura) para a criação de uma Orquestra Sinfónica Metropolitana, que irá executar obras de referência da história da música, como Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, “na emblemática orquestração de Ravel”; o Concerto para Orquestra de Lutoslawski; ou a Sexta Sinfonia de Mahler.
Já a componente de reinvenção estará assegurada, no que diz respeito à temporada clássica, pela apresentação de ciclos com a integral das sinfonias de Brahms e os concertos para piano de Chopin; na temporada barroca, pela execução de obras de Bach, Händel, Haydn e Destouches, além dessa “figura incontornável da música europeia da primeira metade do século XVIII que foi Johann Georg Pisendel”, salienta Pedro Amaral; e também na temporada sinfónica, a inaugurar, a 24 de Setembro, no claustro do Mosteiro dos Jerónimos com um Concerto para Lisboa com obras de Stravinsky, e com o russo Pavel Gomziakov a interpretar o Concerto para violoncelo e orquestra do compositor finlandês Magnus Lindberg – os dois são os artistas associados da próxima temporada da OML, aos quais acresce o fotógrafo português Joel Santos, distinguido no ano passado como Travel Photographer of the Year.
No principal auditório do CCB, em outubro, far-se-á uma evocação dos 100 anos da Revolução Russa a partir da música de Schostakovich. No Natal e na Páscoa, tempo para o regresso a outros clássicos, com a interpretação do Messias de Händel e da Paixão Segundo São João de Bach.
Paralelamente a estas três vertentes programáticas, a OML vai também promover uma série de projetos paralelos, em cujo calendário se destaca, logo a 16 de setembro, o recital de Adriana Queiroz a interpretar Kurt Weill; mais uma edição do atelier de ópera, dirigido pelo barítono Jorge Vaz de Carvalho, tendo como base de trabalho o clássico de Mozart, A Flauta Mágica (janeiro e fevereiro); um espetáculo coral de Ricardo Neves-Neves, O Solene Resgate ou a Reconquista de Olivenza (março), e a estreia de Sérgio Godinho a cantar as suas canções acompanhado pela OML, e com arranjos de Filipe Raposo (julho).
“A OML vive um ciclo de consolidação e expansão, e entrou em velocidade cruzeiro”, disse na apresentação da programação o maestro Pedro Amaral, citado pela agência Lusa. No mesmo sentido se pronunciou António Mega Ferreira, diretor executivo da AMEC/Metropolitana, para se referir à situação da instituição “em termos de gestão corrente”. E, "porque são factos virados para o futuro", realçou, também no plano artístico, a importância do protocolo assinado na passada sexta-feira com a Radiotelevisão Espanhola (RTVE), visando uma "colaboração estreita" entre a OML e a orquestra e coro da RTVE – “Foram eles que nos procuraram", enfatizou.
Já no plano pedagógico, o diretor executivo destacou o facto de a AMEC/Metropolitana poder passar a ministrar o 7.º ano de escolaridade. "Não posso deixar de encarecer mais a importância do facto de, finalmente, termos sido autorizados pelo Ministério da Educação a abrir uma turma do 7.º ano na Escola Profissional da Metropolitana." Dentro de três anos, a AMEC passa a lecionar do 7.º ao 12º anos, quando, atualmente, a Escola Profissional da Metropolitana leciona apenas do 10.º ao 12.º anos.
Mega Ferreira anunciou também a sua recondução no cargo de diretor executivo por mais quatro anos (2016-20), decidida em assembleia-geral da AMEC/Metropolitana em Maio último, assim como do maestro Pedro Amaral no cargo de diretor artístico e de Nuno Bettencourt Mendes no cargo de diretor pedagógico, função que este vinha a exercer desde o ano passado.
por Lusa in Jornal Público | 6 de junho de 2017
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público