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Mais 10 horas de Serralves em Festa

A partir das 20.00 de sexta-feira, 2 de junho, e as 22.00 de domingo, 4 de junho, centenas de atividades, de entrada livre, em vários espaços da Fundação de Serralves, no Porto. Durante 50 horas, esta 14.ª edição de Serralves em Festa volta a estender-se a outros locais da cidade.

A artista francesa Chloé Moglia e espetáculo "Horizon" que será apresentado na Clareira das Bétulas | Foto: Johann Walter Bantz

 

Mais 10 horas de festa, reforço da programação destinada a crianças e famílias, centenas de atividades para participar, no Parque e no Museu da Fundação de Serralves, num evento que se estende à Praça Carlos Alberto, ao Jardim da Cordoaria, ao Jardim das Virtudes, ao terreiro da Sé do Porto e ao Aeroporto. E que contará com a presença de José Ramos-Horta, na conferência "Os Caminhos da Ásia".

Na realidade, e nesta 14.ª edição em que o Serralves em Festa dota o tema "Quebrar os Muros" e oferece mais 50 horas de atividades de entrada livre, os festejos começam precisamente fora dos espaços da Fundação. No dia 1 de junho, dia da Criança, e numa espécie de aquecimento para o que vai acontecer no fim de semana, a festa começa logo às 11.00, no Aeroporto, com a primeira apresentação da peça de circo contemporâneo Do Not Disturb da companhia espanhola Vaivén Circo. O espetáculo, que repete no mesmo dia às 12.00, às 15.00 e às 15.30 desenvolve-se em torno da montagem de uma máquina e em cena estarão quatro personagens que, explica a Fundação em comunicado, são "levadas ao limite do risco, do absurdo e também da ternura". Este espetáculo também será apresentado em Serralves, na Clareira das Bétulas, nos dias 3 (às 11.00 e às 16.00) e 4 de junho (às 10.30 e às 18.00).

Ainda no dia 1, a coreógrafa Ola Maciejewska apresenta na Baixa do Porto a peça Loie Fuller: Research, "onde são examinados os limites da intervenção humana sobre um objeto em ação", refere a mesma nota. "Inspirada pela relação entre o escultor (o performer) e a escultura (não-humana), a performance explora a relação de um corpo e de um artefacto (o vestido de dança) numa ligação semelhante ao ato de esculpir", refere ainda. As apresentações são às 12.00 na Praça Carlos Alberto e às 17.00 no Jardim da Cordoaria. E também em Serralves, no dia 4 de junho às 20.30 no Foyer do Museu.

E neste Dia da Criança, no Terreiro da Sé, é apresentada, às 19.00, a peça de Circo Contemporâneo La Cosa, de Claudio Stellato, que resulta de uma pesquisa realizada ao longo de três anos sobre dois princípios extensivamente explorados: a importância dos rituais e o impacto de um elemento da natureza. Esta peça acontece também em Serralves, nos dias 3 (às 18.30) e 4 de junho (às 19.00), no Prado.

Ainda a 1, com repetição a 2 e 3 de junho, entre as 9.00 e as 19.00 os músicos e artistas Pierre Berthet (Bélgica) e Rie Nakajima (Japão) apresentam no Jardim das Virtudes a instalação Dead Plants & Living Objects, que terá momentos de performance às 18.00. "Berthet e Nakajima têm criado várias formas de produzir vibrações com objetos, de modo a que as suas sombras acústicas dancem pelos espaços e que entrem nos locais mais secretos e até dentro de nós", refere o comunicado enviado pela Fundação de Serralves.

Destaques no fim de semana

Depois de em 2016 ter batido todos os recordes de afluência, com mais de 161 mil pessoas, as atividades programadas para as 50 horas da 14.ª edição do Serralves em festa para o Museu e para o Parque, passam pela música, dança, performance, circo contemporâneo, teatro, cinema, fotografia e ainda um momento de reflexão, no dia 2 de junho, às 21.00 com a conferência "Os Caminhos da Ásia", com José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz, antigo Presidente e Primeiro-Ministro de Timor. Uma conferência que "abordará a emergência da Ásia como centro do Mundo no século XXI e os desafios à paz e à democracia na região", informa a Fundação.

Para além das exposições da coleção de Serralves, de Gordon Matta Clark e de Julie Mehretu (no Museu) e de Joan Miró (na Casa de Serralves) que estarão abertas em contínuo para receber todos os visitantes, destaque para alguns momentos da programação que começa às 20.00 de sexta-feira, 2 de junho.

Na música, destaca-se o concerto de Lula Pena, logo na sexta-feira, às 21.00, no Prado. No mesmo local, um pouco mais tarde, já às 00.30, um concerto de Novo Flamenco de Niño de Elche. Ainda no Prado, na noite de sábado para domingo, às 1.30, é a vez de Los Pirañas, três músicos colombianos combinarem sons etéreos de guitarras, riffs de funk e sons computorizados eletrónicos. O grupo feminino OOIOO, fundado por Yoshimi, baterista, trompetista e vocalista da banda japonesa Boredoms, marca o encerramento do Serralves em Festa no dia 4 de junho às 21.00, no Prado. Uma hora antes, Terry Riley, o pioneiro minimalista americano, apresenta em concerto com o seu filho Gyan Riley, na Clareira das Bétulas.

Circo e acrobacias

No circo contemporâneo, que sempre cativa multidões no Serralves em Festa,destaque para a peça Halka, dos marroquinos do Groupe Acrobatique de Tanger, com apresentações nos dias 2 e 3 de junho às 22.00 na Clareira das Azinheiras. "Nascidas de uma tradição guerreira, as proezas acrobáticas presentes nesta peça transformam-se numa arte que combina pirâmides humanas, rodas e saltos e que fundamentam o vocabulário contemporâneo nesta tradição, herdada do passado e continuamente atravessada pelo sagrado e profano", avança a nota.

A peça Horizon, de Chloé Moglia (artista da companhia francesa Rhizome), entre o circo e a acrobacia acontece nos dias 2 (às 20.00), 3 (às 19.00) e 4 de junho (às 19.30), na Clareira das Bétulas.

Na dança Contemporânea o destaque do Serralves em Festa 2017 vai para a peça Bombyx Mori, da coreógrafa polaca Ola Maciejewska. Apresentada em estreia nacional no Auditório de Serralves nos dias 3 (às 18.00 e às 22.00) e 4 de junho (às 17.00). "Nesta peça a autora parte de uma outra peça sua, Loie Fuller: Research, de 2011 (já referida e que é apresentada na baixa do Porto, no dia 1 de junho), e transforma-a numa obra coreográfica interpretada por três bailarinos. Loie Fuller (1862-1928), que inspira estas peças, foi uma bailarina norte-americana, pioneira da dança e uma das primeiras a falar de movimento fora do corpo, um movimento como resultado das interações entre o corpo, a luz, os materiais e o som", avança a nota da Fundação de Serralves.

Para ver toda a programação, clique aqui.



por Marina Marques, in Diário de Notícias | 25 de maio de 2017

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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