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Braga crê ter "património, história e dimensão" para ser Capital Europeia da Cultura
A cidade de Braga quer ser Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027 e acredita ter "o património, a história e a dimensão" necessários para elaborar uma candidatura com "qualidade" alicerçada numa programação "arrojada e inovadora".
Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, afirmou que "não teme" a concorrência de outras cidades portuguesas, que tal como Braga pretendem encabeçar uma candidatura a CEC em 2027, e realçou que a proximidade geográfica com Guimarães, que foi CEC em 2012, "não é uma desvantagem", antes pelo contrário, porque permitirá "aprender com os erros" cometidos pela cidade vizinha.
Ricardo Rio, apesar de mostrar confiança nos "créditos" bracarenses, reconhece que Braga tem "lacunas", nomeadamente no que toca a um "espaço expositivo de qualidade", mas lembra que com a nomeação de CEC vem um "envelope financeiro considerável" que poderá ser utilizado para a criação de novos equipamentos.
"É algo que sempre almejámos. Parece-nos que Braga tem os créditos necessários para poder trabalhar uma candidatura com qualidade. Tem agentes muito vivos em várias áreas da cultura", salientou o autarca.
Para Ricardo Rio, os argumentos da cidade passam pelo "património, pela história e pela dimensão" da cidade, "particularidades únicas no país e na Europa".
"Há naquilo que é uma CEC uma dimensão de história, de intervenção urbana que em Braga tem muitas manifestações e que pode ser muito potenciada", explanou.
E não só: "Outra vantagem ou argumento é a formação de públicos e a capacidade de organizar uma programação inovadora e arrojada que Braga tem e ainda, desde logo, uma massa crítica, do ponto de vista juvenil e do ponto de vista qualificado, com apetência pela área cultural. Já para não falar do leque de agentes muito diversificado em todas as formas de expressão artista que faz parte da massa cultural e crítica da cidade", enumerou.
Os argumentos a favor "são fortes e muitos", mas Braga não é perfeita, admitiu o autarca.
"Temos consciência que há lacunas do ponto de vista de equipamentos culturais. A primeira lacuna é no plano expositivo, não existe um espaço que possa acomodar exposições de qualidade de diversas manifestações artísticas, mais até do que um auditório ou do que um cineteatro", apontou, referindo uma solução.
Como lembrou o autarca, a rotatividade leva a que Portugal só possa concorrer uma cidade a CEC novamente em 2027, havendo já concorrentes, como é o caso de Leiria.
Braga não se assusta com a concorrência: "Não tememos a possível concorrência, pelo contrário. Só fará com que nós e eles trabalhemos ainda com mais entusiasmo e apresentemos o melhor projeto possível".
Outra coisa que não desencoraja o autarca é a proximidade geográfica com outra antiga Capital Europeia da Cultura, no caso de Guimarães.
"Não nos vai prejudicar. O Porto [que foi CEC em 2001] também é extremamente perto para aquilo que são os padrões europeus e não prejudicou Guimarães. Temos que perceber que há essa proximidade, mas os argumentos para fazer valer a nossa candidatura terão a ver com o mérito do nosso projeto. O facto de termos tido uma CEC tão próxima pode até dar-nos a vantagem de podermos aprender com aquilo que correu bem e com o que correu mal, não só durante a capital mas principalmente no pós-capital, que é um dos maiores desafios", considerou.
por Lusa, in Diário de Notícias | 22 de maio de 2017
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias