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Terras sem Sombra: o Alentejo no centro do diálogo entre arte e espiritualidade

A arte e o sagrado continuam em diálogo até 1 de Julho no 13.º Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, agora com mais uma distinção à escala europeia.

Concerto em Almodôvar na edição de 2016 do Terra sem Sombra [Foto: FTSS]

O festival alentejano Terras sem Sombra mereceu o destaque entre os mais respeitados festivais culturais da Europa. “Uma criação única, que forjou laços pouco usuais entre uma instituição religiosa e um sólido programa artístico”, foi como o júri da European Festivals Association (EFA) descreveu o já prestigiado festival de música sacra do baixo Alentejo.

O departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja anuncia esta semana que Bruxelas decidiu atribuir o selo EFFE - Europe Festivals – Festivals de l’Europe - para 2017-2018 ao Terras sem Sombra.

“É uma marca criada pela European Festivals Association (EFA), por iniciativa da Comissão Europeia, que distingue os festivais que se destacam, no espaço comunitário, pela excelência da programação, pelo carácter inovador e pela criação de novos públicos”, refere uma nota enviada à Renascença.

“É considerado o mais importante ‘label’ do sector, só outorgado, de acordo com a EFA, a um “núcleo cimeiro” de projetos artísticos”, pode ler-se. A decisão foi tomada por um júri internacional constituído pelos responsáveis da cúpula dos festivais europeus.

O júri considerou o festival alentejano “uma criação única, que forjou laços pouco usuais entre uma instituição religiosa e um sólido programa artístico e, ao mesmo tempo, desenvolve um particular conjunto de ações para a promoção do património artístico e do património natural”.

Por outro lado, descreve, “não obstante ter lugar numa região periférica”, apresenta “uma programação cuidada e coerente”. Pôs ainda em evidência a “cooperação com regiões vizinhas de Espanha e o forte envolvimento das comunidades”.

“Quando perdemos a nossa espiritualidade ficamos terrivelmente mais pobres”

“Do espiritual na Arte” é o tema da edição deste ano do festival de música sacra do baixo Alentejo que decorre até Julho. O evento, focado em estabelecer o diálogo entre a arte e a espiritualidade, numa perspectiva aberta e ecuménica, oferece um acolhimento que só o Alentejo sabe dar.

“Quando nós perdemos as nossas raízes culturais, quando somos insensíveis aos valores da arte e da música ou quando perdemos a nossa espiritualidade ficamos terrivelmente mais pobres. Aqui, no Alentejo, temos conseguido de maneira harmoniosa juntar todos estes valores, projectá-los para o futuro e até atrair novos alentejanos”, dizia José António Falcão, aquando da apresentação do evento.

Esta 13ª edição do Festival Terras sem Sombra realiza-se, em itinerância, nos concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja.

Criado em 2003, o festival surge com o objectivo de dar vida aos monumentos religiosos da diocese de Beja acabando por transportar o território para o centro da vida cultural do país.

Hoje é já, também, o resultado de uma “experiência inédita”, com José Falcão a evidenciar a união de todos em torno de uma iniciativa que partiu da Igreja Católica, por intermédio do seu departamento do Património Histórico e Artístico, e actualmente animada e participada pela “sociedade civil que se mobiliza, aglutinando forças vivas e agentes da região”, com os municípios na linha da frente.

Depois do Brasil, em 2016, a edição deste ano tem como convidado o país vizinho, Espanha, num verdadeiro “desafio ibérico”.

Por agora já é considerado um dos cinco melhores festivais do género na Europa, assentando em três pilares: musica, património e biodiversidade.

A música continua a ser veículo privilegiado para o conhecimento da região, com o mote do festival “Do Espiritual na Arte” a estender-se às “identidades e práticas musicais na Europa dos séculos XVI-XX”.

Os concertos decorrem aos sábados, sempre em monumentos, sobretudo igrejas que se destacam pelo seu valor patrimonial e pelas condições acústicas. Juan Ángel Vela del Campo é o director artístico desta edição do FTSS.

Quanto às manhãs de domingo são dedicadas a acções de voluntariado para a salvaguarda da biodiversidade dos concelhos abrangidos pelo evento. São iniciativas que apresentam novas rotas e locais menos conhecidos, com a “descoberta” na primeira linha.

De entrada gratuita, o festival “Terras sem Sombra”, é da responsabilidade da Associação Pedra Angular, em parceria com o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

 


por Rosário Silva, in Renascença | 18 de abril de 2017
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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