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"Quando o Sol Dançou"
Livro de estreia do antropólogo norte-americano Jeffrey S. Bennett que, depois de se intrigar com o fenómeno de Fátima nas inúmeras viagens que fez a Portugal e dos anos que cá viveu, tenta deslindar as complexas relações sociais que permitiram e levaram ao surgimento e manutenção do culto de Fátima e da sua interligação com a construção de uma aguerrida identidade nacional.
Esta é uma história que todos os portugueses conhecem. Entre Maio e Outubro de 1917, três jovens pastores presenciaram seis aparições da Virgem Maria perto de Fátima. Na última aparição, estima-se que estivessem presentes cerca de 70 mil pessoas, assistindo ao milagre profetizado nos meses anteriores e assim comprovando que as visões dos pastores teriam origem divina. O milagre «aconteceu», e os presentes afirmaram que o «Sol dançou».
De 1917 até aos dias de hoje, Fátima tornou-se um elemento fundamental na sociedade portuguesa. Na Cova da Iria, local ermo, nasceu um santuário gigantesco, e o culto a Nossa Senhora de Fátima não mais cessou, influenciando a vida de milhares de pessoas. Bennett lança-se numa investigação que procura deslindar as complexas relações sociais que permitiram e levaram ao surgimento e manutenção deste culto. Explora as antigas tradições marianas da zona de Leiria, o combate entre republicanos e monárquicos e a ascensão do salazarismo, bem como as eventuais motivações psicológicas dos pastorinhos e dos primeiros devotos. Traça assim um retrato fascinante sobre um dos períodos mais turbulentos da história de Portugal.
Jeffrey S. Bennett. Antropólogo, professor de sociologia e estudos religiosos na Universidade do Missouri, na Cidade do Kansas. Doutorado em Antropologia pela Universidade de Chicago, onde deu aulas, tem-se interessado pelo estudo das consequências sociais e psicológicas da modernidade. Quando o Sol Dançou é o seu primeiro livro.