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Laura Soveral homenageada com Prémio Bárbara Virgínia
O Prémio Bárbara Virgínia será atribuído à atriz Laura Soveral, que receberá o troféu concebido pelo pintor e escultor Leonel Moura, numa cerimónia que irá decorrer no próximo ano.
O júri, constituído pelos realizadores António Pedro Vasconcelos e Leonel Vieira, pelo produtor Paulo Trancoso e pelos atores Luís Lucas e Paulo Pires distinguiu Laura Soveral por considerar que “a atriz teve uma carreira ímpar no cinema e no teatro nacional, representando um extraordinário exemplo de determinação e profissionalismo para gerações futuras”.
O prémio Bárbara Virgínia foi instituído em 2015 pela Academia Portuguesa de Cinema para homenagear uma figura feminina que se tenha distinguido no cinema português. Na primeira edição o galardão foi atribuído à atriz Leonor Silveira.
Sobre Laura Soveral
Nasceu em 1933, em Angola. Frequentou o curso de Filologia Germânica na Faculdade de Letras de Lisboa e iniciou a carreira de atriz, em 1964, no Grupo Fernando Pessoa, dirigido por João d’Ávila. Inscreveu-se, entretanto, na Escola de Teatro do Conservatório Nacional e teve professores como Henriette Morineau com quem aprendeu e desenvolveu a arte de representar.
Paralelamente ao Teatro, fazia televisão e cinema, sendo frequentemente convidada para declamar poemas no programa Hospital das Letras de David Mourão-Ferreira.
Em 1968 recebe o Prémio de Melhor Atriz de Cinema pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI) e pela Casa da Imprensa.
Entre 1970 e 1971 vive a sua melhor época no teatro, tendo participado em peças como “O Processo de Kafka” e “Depois da Queda” de Arthur Miller.
Em 1976 integrou o elenco das novelas brasileiras “O Casarão” (exibida também em Portugal) e “Duas Vidas”, ambas da Rede Globo Televisão.
Durante o seu percurso profissional interpretou autores consagrados como Fernando Pessoa, José Saramago, Almada Negreiros, Ferenc Molnar, Moliére, Kafka e Yves Jamiacque, entre muitos outros.
Esteve em cena em vários teatros do país, nomeadamente no Teatro D. Maria II, Teatro Aberto, Teatro Villaret e Teatro Sá da Bandeira, onde trabalhou com importantes figuras não só do teatro nacional mas também internacional.
A sua longa experiência cinematográfica passa por filmes como “Vale Abraão”, “A Divina Comédia” e “Francisca” de Manoel de Oliveira, “Terra Sonâmbula” de Teresa Prata, “O Fatalista” e “Tráfico” de João Botelho, “Quaresma” de João Álvaro Morais, “ Uma Abelha no Chuva” e “O Delfim” de Fernando Lopes e “Encontros Imperfeitos” de Jorge Marecos Duarte, entre outros.
Na televisão, destaque para a participação no elenco da conhecida novela “Tempo de Viver” (2006) da TVI e na série “O Testamento” da RTP.
A sua participação no filme “Tabu” do realizador Miguel Gomes valeu-lhe, em 2013, três nomeações, como melhor atriz secundária para os Prémios CinEuphoria e como melhor atriz para os Globos de Ouro e Prémios Sophia, tendo levado para casa o galardão de melhor atriz secundária. Nesse mesmo ano foi homenageada pela Academia Portuguesa de Cinema com o Prémio Sophia Carreira.