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Português preside a organismo internacional de arte sacra
José António Falcão tem defendido uma estratégia de abertura à sociedade como algo essencial para a salvaguarda de patrimónios religiosos em risco.
Com sede na catedral de Liège, na Bélgica, Europae Thesauri é uma instituição paneuropeia que congrega os principais museus e monumentos religiosos da Europa, assumindo particular presença em países como a Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Roménia e Suíça.
Na qualidade de organismo assessor junto de diversas instâncias europeias, esta entidade vem realizando uma ação destacada para a salvaguarda do património cultural em risco, contribuindo para o aprofundamento e a divulgação dos apoios e mecanismos comunitários que regulam o sector. É também importante a sua intervenção em domínios como a investigação científica e a criação de rotas culturais.
Entre os organismos que funcionam no âmbito de Europae Thesauri, destaca-se a International Commission of Sacred Art (ICSA). Durante a última assembleia geral de ET, realizada a 12 de novembro, foi eleito para presidir a esta comissão internacional o português José António Falcão, decisão agora ratificada. Trata-se da primeira vez que um cidadão nacional exerce tais funções.
Conservador de museus e professor universitário, Falcão é técnico superior do Ministério da Cultura e está à frente, desde 1984, do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. Especialista em arquitetura e arte cristãs, tem assumido a defesa da abertura do património religioso à sociedade, assim como a valorização do seu papel no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade e uma estratégia conjunta para a salvaguarda dos lugares de culto do Cristianismo, do Judaísmo e do Islão.
José António Falcão escolheu precisamente a emergência de uma visão transversal e ecuménica sobre a herança religiosa como a “prioridade número um”, nos próximos três anos, da Comissão Internacional de Arte Sacra. A luta contra o abandono do património rural é outro dos projetos sobre a mesa. Conta-se, para isso, com uma “frente ibérica”: Portugal e Espanha avançam em conjunto no alertar das entidades europeias para o potencial deste sector e os problemas que o mesmo enfrenta em diferentes estados da União.