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Museu de Arte Popular reabre ao público

Espaço situado junto ao Tejo, em Lisboa, vai ter centro interpretativo para contar a sua história.

Foto: António Cotrim/Lusa

 

O Museu de Arte Popular, em Lisboa, reabre ao público na quinta-feira com a mostra "Da Fotografia ao Azulejo". Dentro de pouco tempo haverá um centro interpretativo sobre a história, com mais de 70 anos, do museu.

De acordo com a diretora-geral do Património Cultural, Paula Silva, os primeiros passos desse centro interpretativo vão ser dados em breve, com a abertura de uma sala que conterá uma maquete do museu e um filme sobre a história da sua atividade, iniciada em 1948.

Durante uma visita guiada aos jornalistas, Paula Silva e o diretor do Museu de Arte Popular (MAP), Paulo Costa, mostraram o conteúdo da exposição que reabre metade do espaço expositivo, na sequência de obras de conservação, que consiste numa viagem pelo Portugal da primeira metade do século XX, através de azulejos e das fotografias que os inspiraram.

A exposição constitui o culminar da pesquisa de Jose Luis Mingote Calderon, conservador da Coleção Europeia do Museu Nacional de Antropologia de Madrid, que, ao longo de diversos anos, desenvolveu pesquisa de terreno em Portugal e fez uma recolha de imagens usadas para a criação dos azulejos sobre monumentos, atividades tradicionais e paisagens simbólicas.

Organizada e inicialmente apresentada pelo Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, a exposição esteve em Espanha, no Museo Etnográfico Provincial de León e, mais recentemente, no Museo Nacional de Antropología.


A nova vida do MAP

Paula Silva disse ainda que o objetivo é prosseguir no MAP as obras de conservação, e abrir gradualmente todo o espaço expositivo do museu, imprimindo nele uma programação própria que passará não só por exposições, mas por outras atividades.

À entrada da primeira sala surge um percurso de fotografias de antigas estações de caminho-de-ferro, começando por Vilar Formoso, cujos edifícios estão em parte revestidos de azulejos, e estão expostas seis ampliações de imagens estudadas pelo investigador, que deram origem a painéis de azulejos.

A exposição percorre três salas do museu com as fontes gráficas que deram origem aos azulejos: fotografias, ilustrações, imagens retiradas de jornais e postais que os criadores depois compunham com vários elementos.


No interior foram também colocadas algumas peças do acervo do Museu Nacional de Etnologia: um carro de bois do Douro e artefactos das vindimas, um traje de lavradeira de Viana do Castelo, e uma capa típica de Miranda do Douro.

O comissário e investigador Jose Luis Mingote Calderon, que também acompanhou a visita, disse que "existe uma tradição antiga de criar azulejos a partir de gravuras e [que], depois do surgimento da fotografia, foi muito ampliada".

"Com o surgimento da fotografia no início do século XX, deu-se um grande desenvolvimento das artes gráficas. A fotografia forneceu a verdade do país e lançou o movimento da modernidade", salientou, em declarações aos jornalistas.

Inaugurado em 1948, o MAP nasceu da reformulação do antigo pavilhão da "Secção da Vida Popular" criado para a Exposição do Mundo Português de 1940, em Belém, com projeto da autoria dos arquitetos António Reis Camelo e João Simões.


in Rádio Renascença, 15 de dezembro de 2016

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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