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Big Bang. O CCB vai tremer com tanta criatividade

Música, arte e aventura em dois dias seguidos de concertos, oficinas, workshops e este ano há, até, um baile. E o mesmo mote de sempre: muito mundo para explorar.

O Big Bang é um convite à descoberta de todos os ritmos | Daniela Sousa

 

O Festival Big Bang volta a abrir as portas do Centro Cultural de Belém para uma viagem aliciante, de partilha e curiosidade, para crianças entre os 4 e os 12 anos, e famílias. É já próximos dias 21 e 22, que regressa, na sua sétima edição e "pretende-se que o edifício do Centro Cultural de Belém trema de muita criatividade". Quem o diz é Madalena Wallenstein, coordenadora artística da Fábrica das Artes do CCB que roda o leme do Big Bang desde a sua criação.

Criar uma plataforma de encontro entre compositores, músicos, e performers portugueses e europeus que consigam a magia de comunicar para um público jovem é o objetivo deste projeto internacional que integra oito instituições culturais de sete países europeus e que conta com o apoio do Programa Europa Criativa da União Europeia.

"Como implicá-los a eles crianças e jovens? É essa a nossa grande preocupação, e daí o recurso a vários tipos de linguagem", explica a coordenadora da Fábrica das Artes. "Vai haver, por exemplo, um workshop de danças europeias que depois culmina no foyer com um baile, em que os próprios miúdos serão músicos. Procuramos o contraste entre o lado intimista e o festivo", assegura.

Quanto à descoberta de novos mundos, Madalena confessa que não é entretenimento o que se pretende mostrar, num festival de caráter único para crianças em Portugal. "É um festival que se desloca radicalmente de tudo o que seja entretenimento, propostas fáceis e comerciais, e por outro lado, não comporta uma componente pedagógica ou didática, não se pretende ensinar nada a ninguém. Ao nível da educação artística, é oferecer coisas muitas boas e dar-lhes experiências tão boas como se oferece para o público em geral. Há uma diversidade de linguagens, desde o erudito ao contemporâneo, ao popular, jazz ou rock, todos os estilos entram", declara.

Duduk e ukelele

Em sintonia está também Filipe Faria, um dos fundadores do projeto Sete Lágrimas, dedicado aos diálogos da música antiga com a música contemporânea. Admite que a exigência é maior para este tipo de público. "Não há filtros, é tudo muito à flor da pele, mas acaba por ser uma música harmoniosa, que entra muito bem, há uma grande proximidade à música popular".

O espetáculo Todas as noites passadas, com três sessões em cada dia é uma estreia absoluta no Big Bang e foi construído de raiz para o festival. "Nós que estamos habituados à performance de música antiga, encontramos aqui uma exigência muito grande, estamos há quatro meses intensivamente a ensaiar", conta o músico. Dois músicos, uma bailarina, vídeo e dança, incorporam o espetáculo que apresentam no Festival e, sobretudo, a viagem protagonizada por muitos instrumentos, entre os quais, percussão, guizos, bombos, flautas renascentistas, gaitas de fole, um duduk arménio e um ukelele. "É tudo muito mais transparente quando se toca para eles, é uma paixão!", diz.

Miúdos na pele de jornalistas

E paixão é também o que move o projeto Embaixadores, mais uma vez no terreno do Big Bang, uma iniciativa desenvolvida pela Europa fora e que convida crianças a integrar as equipas de comunicação de cada instituição. Em Lisboa, os Embaixadores são dez crianças e jovens dos 8 aos 13 anos que, depois de uma formação decorrida em setembro na Fábrica das Artes coordenada pela jornalista Inês Fonseca Santos e pelo realizador Pedro Macedo, formam uma sólida equipa de reportagem.

Durante uma semana, todos podem vestir a pele de jornalista, de realizador, de cameraman (ou camerawoman) ou de técnico de som, a entrevistar artistas, público e equipas do CCB, assim como a dar apoio e acolher o público do festival. "Tem sido uma experiência fantástica, todos eles são muito profissionais, é muito engraçado!", conta Inês Fonseca Santos. E qualquer um pode mostrar a sua disponibilidade em participar como repórter ou operador de câmara.

"O que tem acontecido é que os embaixadores já frequentam a Fábrica das Artes ao longo do ano. Mas qualquer um pode informar-se para participar!". Passar a palavra e contagiar os colegas, amigos e familiares é o que se pretende em dois dias muito intensos, de muita azáfama em que todos vão trocando de tarefas, entre a escrita e a técnica, a luz e o som.

"Nota-se que uns têm mais perfil para escrever, mas o que se sente muito é que há um grande fascínio pela parte técnica, eles gostam muito." A partir de segunda-feira, os pequenos repórteres já cumprem agenda no acompanhar dos ensaios nos bastidores do Big Bang e mal podem esperar para publicar os vídeos das reportagens no blog da Fábrica das Artes. Na próxima sexta, dia 21, e sábado, 22, estarão de microfone em punho e câmara ligada a bordo do planeta Big Bang.

Um planeta tão especial que Madalena Wallenstein deixa o convite: "São todos muito bem-vindos. Adoro sentir que deixamos um carimbo!". A coordenadora da Fábrica das Artes confessa que depois do festival, fica o cansaço, sim, mas sobretudo, uma sensação de dever cumprido, e uma vontade de volta a partir do zero e começar de novo. "São dias muito intensos, de uma grande responsabilidade, mas é magnífica esta sensação de ver os públicos pequenos e grandes a alimentarem-se, e como a arte é o que nos alimenta, as equipas acabam por sentir-se realizadas", revela.


por Ana Carreira, in Diário de Notícias | 14 de outubro de 2016

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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