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Palácio De Mafra: Restauro da Sala do Trono
A pintura mural da sala do trono do Palácio Nacional de Mafra vai ser alvo de uma intervenção. As obras duram quase um ano e estarão à vista de todos.
"Intervenção aberta". É assim que o diretor do Palácio Nacional de Mafra, Mário Pereira, descreve os trabalhos que vão acontecer na sala do trono, com as pinturas assinadas por Cirilo Volkmar Machado e Domingos Sequeira.
Esta terça-feira, dia 11, é assinado um protocolo entre a Direção Geral do Património Cultural, que tutela o monumento, e a Fundação Millenium bcp, que financia a recuperação da pintura mural num valor de 50 mil euros.
A decoração mural das paredes e teto da Sala do Trono ou das Audiências resulta de uma encomenda do então Príncipe Regente, D. João VI, a Cirilo Volkmar Machado (1748-1823). A campanha começa em 1796 e foram várias as salas em que o pintor deixou a sua marca.
Sobre esta, escreveu: "No painel que eu fiz, e tem mais de 30 palmos de comprido, enquanto a Providência Régia manda distribuir os competentes prémios aos grandes, aos sábios, a ministros, militares e eclesiásticos beneméritos, a mais Alta Providência manda a coroa e o Ceptro ao Augusto Possessor do Trono e o Anjo Tutelar da Nação Portuguesa o vai cobrir com o seu escudo." Além de pintor, Cirilo Volkmar Machado foi também historiador de arte.
A encomenda do Príncipe Regente tinha a ver com as largas temporadas passadas no Palácio de Mafra e a necessidade de amenizar o ambiente.
Segundo as próprias Memórias do pintor, a sala foi decorada "à maneira neoclássica, com alegorias Históricas e mitológicas", tendo o pintor representado no painel central do tecto o Anjo Tutelar de Portugal protegendo com o seu escudo o Rei e toda a Família Real, de acordo com um comunicado da Direção Geral do Património Cultural.
O pintor Domingos Sequeira (1768-1837) é o autor das oito Virtudes Reais que se encontram nesta sala, bem como das grisalhas com cenas das Campanhas da Índia, que também se encontram nesta sala.
O restauro da sala devem começar este ano e vão durar um ano, durante o qual "a sala estará aberta ao público", explica o diretor do Palácio. "É uma intervenção didática", observa Mário Pereira. "Vamos propiciar a visita do público aquela sala", remata.
A Sala do Trono tem sido alvo de intervenções pontuais, tendo uma dos últimas incidido numa infiltração.
O Palácio Nacional de Mafra é um dos monumentos nacionais mais visitados. Até agosto de 2014, tinha recebido 242 mil visitantes.
por Lina Santos, in Diário de Notícias | 11 de outubro de 2016
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias