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Doclisboa apresenta filmes de abertura e encerramento
A sessão de abertura da 14ª edição do Doclisboa - Festival Internacional de Cinema realiza-se dia 20 de outubro, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, com a estreia de Oleg y las Raras Artes, de Andrés Duque.
Um impressionante sucesso internacional, premiado em festivais como o FidMarseille, o Cinéma du Réel ou o Punto de Vista. Andrés Duque apresenta-nos o retrato do compositor russo Oleg Karavaichuk, o único pianista que tocava ainda no piano do Czar Nicolau II. Oleg é uma pessoa vibrante, plena de sensibilidade, misteriosa, que parece saída de um conto de Gogol. O filme move-se entre o biográfico e o performativo, numa fascinante incursão pelo universo pessoal e criativo de um artista único, transformando-se num delicioso e divertido encontro com a música, a escuta e a criação.
No dia 29, a sessão de encerramento do Doclisboa'16 realiza-se no Grande Auditório da Culturgest, com a estreia de Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo, a primeira obra de João Monteiro. António de Macedo foi um dos mais controversos e talvez incompreendidos realizadores do “Novo Cinema” português, movimento que ajudou a fundar com o filme Domingo à Tarde. Verdadeiro inventor em cinema, com incursões em géneros tão díspares como o spaghetti western e a ficção científica, é difícil classificar o seu cinema no contexto português. Porém, a clivagem com a crítica e com os seus pares vetou-o a um quase ostracismo que o levaria a deixar de filmar nos anos 90, depois de sucessivas recusas de subsídios estatais. Após sete anos de pesquisa, recorrendo a imagens de arquivo (não só das rodagens dos próprios filmes de Macedo mas também da história do cinema português) e a entrevistas inéditas, como as de Fonseca e Costa ou como a última entrevista de Fernando Lopes, João Monteiro, diretor do Motel X, estreia-se na realização de um documentário que traz uma nova luz sobre um realizador que parecia caído no esquecimento. E traz-nos uma história do nosso cinema que estava ainda por contar. Afinal quem se lembra de António de Macedo?