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17 anos de Festa do Cinema Francês
O programa abrange 11 cidades e faz uma viagem pela história esquecida do cinema francês.
Abertura faz-se com Cézanne e Eu de Danièle Thompson, Anne Fontaine é a madrinha e Éric Cantona está entre os convidados.
A Festa do Cinema Francês regressa a partir do próximo dia 6 de outubro e, mais uma vez, o evento organizado pelo Instituto Francês viajará por todo o país durante cinco semanas. Para esta edição, para além das já habituais ante-estreias (ao todo 25 filmes de produção recente entre títulos já adquiridos para Portugal e outros que procuram ainda distribuição), a Festa propõe uma “viagem através do cinema francês” inspirada pelo documentário do mesmo nome do realizador Bertrand Tavernier e um ciclo programado pela associação de produtores e distribuidores independentes ACID. O programa foi apresentado ao final da tarde de terça-feira em conferência de imprensa no hotel Tivoli.
Sucedendo a Jean-Jacques Annaud, a “madrinha” da Festa 2016 é a realizadora Anne Fontaine, que apresentará em ante-estreia o seu mais recente filme, As Inocentes, ambientado na Polónia do pós-Segunda Guerra Mundial, e interpretado por Lou de Lâage e Vincent Macaigne. A realizadora de Nathalie, Coco Antes de Chanel e Paixões Proibidas é presença regular no evento português. Entre os convidados estão também a veterana realizadora e argumentista Danièle Thompson, que escreveu A Rainha Margot ou Quem me Amar Virá de Comboio para Patrice Chéreau; é seu o filme de abertura, a ser exibido a 6 de outubro no São Jorge, Cézanne e Eu, com Guillaume Canet e Guillaume Gallienne nos papéis principais. O antigo futebolista Éric Cantona, que tem feito carreira regular como ator, virá igualmente a Portugal, apresentar o filme de Sébastien BetbederMarie et les naufragés, onde contracena com Vimala Pons, Emmanuelle Riva e André Wilms.
Em Lisboa, onde se prolongará até 16 de outubro, a Festa dividir-se-á pelo cinema São Jorge, pela Cinemateca Portuguesa e pelo cinema Ideal. No São Jorge terão lugar o grosso das sessões de ante-estreia, onde poderemos ver os últimos filmes de veteranos como Christophe Honoré (Les Malheurs de Sophie, adaptação dosDesastres de Sofia da condessa de Ségur), Pascal Bonitzer (Tout de suite maintenant) ou Dominik Moll (Des nouvelles de la planète Mars), mas também de jovens realizadores como Justine Triet (Victoria) ou Antonin Peretjatko (La Loi de la jungle).
A Cinemateca receberá o ciclo histórico Uma Viagem pelo Cinema Francês, inspirada pelo documentário homónimo do veterano Bertrand Tavernier que será distribuído em Portugal em janeiro. Os títulos a serem exibidos entre 10 e 18 de setembro incluem obras clássicas de Jean Renoir (Le Crime de monsieur Lange) ou Jean-Pierre Melville (Deux hommes dans Manhattan) mas também títulos menos recordados de realizadores como Jacques Becker, Julien Duvivier, Jean Delannoy ou Claude Chabrol.
Finalmente, o Ideal será palco entre 7 e 12 de outubro de uma escolha de filmes realizada pelo ACID, organismo de distribuição e divulgação do cinema independente cuja seleção anual durante o festival de Cannes se tem tornado num dos pontos altos daquele certame. O ciclo inaugura a 7 com Isola de Fabianny Deschamps, que estará presente para apresentar o filme a par do autor da banda-sonora, Olaf Hund, que atuará nessa noite no Music Box.
Como habitualmente, a Festa segue depois em digressão nacional: ainda em outubro será a vez de Almada (Forum Romeu Correia), Leiria (Teatro Miguel Franco), Coimbra (Teatro Académico Gil Vicente), Porto (Rivoli) e Viana do Castelo (Teatro Sá da Bandeira), até 13 de novembro seguir-se-ão Faro, Seixal, Aveiro, Beja e Setúbal. A programação completa poderá ser consultada no site www.festadocinemafrances.com
por Jorge Mourinha, in jornal Público | 21 de setembro de 2016
no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Público