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FESTIVAL F :: Descobrir Faro e ouvir os GNR, Ana Moura ou Pedro Abrunhosa
Dois dias de música, street food, arte e stand-up comedy em vários espaços no centro de Faro. Um cartaz musical variado e uma programação pensada para as famílias
Ter um mês de férias em agosto e no Algarve é coisa que Ana Moura já não consegue fazer. A fadista tem tido a agenda cheia entre Portugal e Espanha, com muitos concertos dentro e além-fronteiras, num ano cheio para si. Mais uma vez, volta a dar que falar lá fora, agora como capa da Songlines, uma das mais prestigiadas revistas de música em Londres, para onde regressará daqui a algumas semanas, para o segundo concerto na capital londrina. Hoje à noite vai retornar a um sítio que sente como seu, o Algarve, e subir ao Palco Muralhas, em Faro, para cantar e convidar a dançar a alegria do fado, na sua estreia, este ano, no Festival F.
"O Algarve é um sítio de boas memórias, passava sempre o mês de agosto em Vilamoura com a minha família. É fantástico cantar num palco tão bonito", conta, na sua inconfundível voz rouca, enquanto promete um espetáculo com muita vida, muita alegria. "Os meus concertos ao ar livre são sempre diferentes do que em sala, naturalmente, vai ser um concerto muito vivo, quero toda a gente a dançar", promete a fadista. Ritmo e dança têm sido, aliás, estandartes da revolução que tem feito no seu fado. "Nós somos um povo muito emotivo, vivemos tudo muito intensamente, para o bem e para o mal, o fado também é isso", explica.
Inevitável a pergunta: como consegue manter o ritmo em cima de saltos tão altos? "Descobri agora uns sapatos que não me fazem dores, é fantástico, sinto-me muito confortável, dantes ficava com dores e tinha de levar massagens no final dos concertos, agora já não preciso!", explica a fadista.
Antes da prometida dança do fado com Ana Moura, pelas 23.30, no Palco Muralhas, já os GNR, Crioulo, Diabo na Cruz, os Cais do Sodré Funk Connection, entre outros nomes, farão as honras da casa no centro histórico de Faro, a Vila Adentro. No sábado, 3, cumpre-se o segundo e último dia de festival com Pedro Abrunhosa, Ritchie Campbell, Gisela João, Jimmy P, a seguirem-se no alinhamento de bandas e artistas exclusivamente portugueses pelos cinco palcos do festival.
Não só de música vive o F este fim-de-semana. As portas abrem às 18.00 e antes dos concertos há tempo para degustar na zona da street food, artesanato, animação de rua, tertúlias e exposições pelas sete áreas temáticas do festival. A recomendação é de Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, parceira com o Teatro das Figuras na organização do festival. "O ano passado percebemos que as pessoas gostaram do conceito, e por isso alargámos o espaço, aliás, todo o evento se alargou este ano na zona histórica da cidade", assegurando que pretende a continuidade do Festival F que só traz mais-valias para a cidade que acaba por estar mais fora do circuito turístico do Algarve.
"Há novidades este ano, mais palcos e a estreia das tertúlias políticas. Este festival surgiu com a intenção de afirmar Faro como local privilegiado para a realização de um festival de verão, num evento transversal, dedicado a todos os públicos, com uma programação também pensada para as famílias com a animação noturna, num espaço ao ar livre, com uma oferta de concertos e DJ madrugada fora", sublinha. Na sua terceira edição, a resposta do público local e de fora tem sido muito positiva. "É um festival diferente dos outros, com uma oferta muita eclética em ambos os dias, ideal para quem está ainda de férias por aqui, e para quem vem de outros pontos do país", considera Paulo Santos.
por Ana Carreira, in Diário de Notícias | 2 de setembro de 2016
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias