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Diretora do Museu Gulbenkian vai ser curadora na feira de Maastricht

Em 2017, Penelope Curtis vai ter a seu cargo a secção contemporânea da Tefaf, a mais importante das feiras internacionais de arte e antiguidades.

Penelope Curtis está há menos de um ano à frente do Museu Gulbenkian [Rui Gaudêncio]

Penelope Curtis, a historiadora de arte que dirigia a Tate Britain e que chegou há dez meses a Lisboa para encabeçar a equipa do Museu Calouste Gulbenkian tem a seu cargo mais um desafio. Segundo o site da revista norte-americana Artforum, especializada em notícias do mundo da arte, sobretudo contemporânea, a inglesa vai passar a estar ligada à Tefaf, a feira de antiguidades de Maastricht. Nada que a impeça, note-se, de se manter em funções no museu da Fundação.

Curtis vai chefiar a Tefaf Curated, a secção de arte contemporânea desta feira que é vista como a mais importante do mundo no seu género. Esta secção, que vai apenas na sua terceira edição - a principal, mais centrada na pintura antiga e na arte oriental, com muito mobiliário, peças arqueológicas e joias à mistura, nasceu há 40 anos –, vai convidar em 2017 uma série de galerias a apresentarem trabalhos enquadrados pelo mote genérico Heaven and Earth.

Segundo o site da Artnet, empresa internacional que acompanha o mercado da arte, Curtis vai pedir aos galeristas, em particular, que submetam peças e projetos que envolvam a exploração da figura reclinada, motivo recorrente na arte desde a Antiguidade, sobretudo na escultura, abordando temas como a fertilidade, o sofrimento, a fecundidade e a celebração.  

A escolha da figura reclinada como fio condutor dificilmente poderia ter mais a ver com esta conservadora. Curtis especializou-se em escultura do século XX e fez parte do grupo fundador do Instituto Henry Moore, em Leeds, um centro de investigação que dirigiu durante 11 anos e que deixou para liderar a Tate Britain entre 2010 e 2015, período em que o museu londrino foi totalmente renovado de acordo com um projeto que implicou reorganizar a narrativa das suas coleções e exigiu um investimento de 54 milhões de euros.

No Museu Gulbenkian, Penelope Curtis também está a reorganizar a casa, combinando as duas coleções da fundação: a de Calouste Sarkis Gulbenkian, imutável - cerca de seis mil peças que vão desde a antiguidade clássica e oriental à pintura europeia de Manet ou Turner, além de peças de ourivesaria e artes decorativas -, e a do antigo Centro de Arte Moderna (a designação desapareceu com a chegada desta historiadora de arte inglesa), consagrada sobretudo às artes moderna e contemporânea portuguesas, mas que inclui um importante núcleo de arte britânica do século XX e mais recente. Foram já inauguradas as duas primeiras exposições sob a sua direção, reflexo evidente dos seus projetos para o futuro do museu, um dos mais importantes do país, ainda que Curtis esteja a aprender o que pode ou não fazer com os dois acervos, como explicou numa entrevista ao PÚBLICO no início de Julho.

“O principal é atingir uma maior paridade entre as duas coleções”, disse na altura. “Os turistas vêm ao museu e a audiência lisboeta vai à Coleção Moderna. Gostava que os turistas também fossem à Coleção Moderna e que o público lisboeta voltasse ao museu. […] Podemos fazer do museu um espaço que muda um pouco mais e tornar o da Coleção Moderna um pouco mais estável.”

Como curadora na Tefaf, Penelope Curtis volta a ser uma mulher entre dois universos - o da arte antiga e o da arte moderna e contemporânea. A sua presença na feira de Maastricht, que todos os anos atrai importantes colecionadores, galeristas e diretores de museus de todo o mundo, pode servir também de montra ao “novo” Museu Gulbenkian.

 


por Lucinda Canelas, in Público | 15 de agosto de 2016

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

 

 

 

 

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