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Oito dias a banhos de música no Verão Clássico

O CCB acolhe segunda edição do Verão Clássico, iniciativa do pianista Filipe Pinto-Ribeiro que conta este ano com mais de 150 jovens músicos.

 

Após 92 participantes na 1.ª edição, em 2015, o Verão Clássico chega à 2.ª edição já a rebentar pelas costuras: mais de 150 jovens de 22 diferentes nações irão frequentar ao longo de oito dias esta academia musical estival em Lisboa, orientados por nove mestres de renome internacional. Concertos diários de professores e de alunos e um concerto final de laureados completam o programa.

"É tudo gente muito boa, de elevado nível. Foi difícil fazer a seleção", diz Filipe Pinto-Ribeiro, pianista e diretor do evento, sobre os participantes. Até porque "cada um pode candidatar-se a nível individual e integrado num grupo de câmara".

Não é esse, porém, o caso dos jovens com quem falámos. João Valpaços, violoncelista, 22 anos, é de Chaves, mas vem da Holanda: "terminei agora a licenciatura no Conservatório de Utrecht", cidade para onde se mudou logo após terminar os estudos na Esproarte de Mirandela. "Já participei no ano passado e até toquei no concerto de laureados", conta, recordando dessa edição "os muitos bons professores, os concertos e ter sido essa a primeira vez que toquei em Lisboa!".

Em 2015 como este ano, o seu professor será Gary Hoffman, parceiro recorrente de Filipe Pinto-Ribeiro no Shostakovich Ensemble: "na verdade, já toquei com todos os professores que cá estarão, embora com alguns só no estrangeiro", conta Filipe. Já para João, esta será uma chance de "aprofundar laços com o prof. Hoffman", com quem, diz, "gostaria de trabalhar no Mestrado".

Na sua opinião, "o bom da música de câmara é poder partilhar o palco com outras pessoas e promover a comunicação entre os instrumentos", sendo que a prática da mesma "deve ir de par e ser tão importante como a solística".

Repetente é também Catarina Silva, 24 anos, violetista. É de Lisboa, mas veio do País Basco para o Verão Clássico: "estou a fazer o Mestrado na Musikene, em San Sebastián, onde estudo com a prof.ª Natalia Tchitch". Antes disso, "fiz a Superior de Música de Lisboa, com o prof. Pedro Muñoz". Em 2015, soube do curso "através do Facebook e a minha professora encorajou-me logo a vir, quando soube que teria aulas com Gérard Causssé!" Este ano, será com a alemã Isabel Charisius (pertenceu ao mítico Quarteto Alban Berg) que Catarina terá aulas.

Chegada de fresco de "um curso em Granada, onde trabalhei com o Jonathan Brown, do Quarteto Casals", Catarina possui já ampla experiência orquestral - "toquei no Estágio Gulbenkian 2014 e 2015, na Sinfónica Portuguesa, na Orquestra Gulbenkian e fiz este ano letivo um estágio profissional na Sinfónica de Euskadi...". Para ela, a música de câmara tem face à orquestra "a vantagem de não dependermos de um maestro" e, face a ser-se solista, "temos menos nervos, porque estamos lá com mais gente!".

Classifica a música de câmara de "um mundo super-interessante, onde refletes sobre o que significa para ti a música", continua. No caso do Verão Clássico, a "partilha de experiências, aprender novos métodos de estudo e os contactos e novas amizades que se fazem" são para ela os aspetos mais relevantes.

E no fim há prémios: "o 1.º Prémio Verão Clássico dá direito a um concerto nos Dias da Música 2017, mas os outros também se traduzem em recitais, sendo que o CCB está interessado em incluí-los na sua programação", esclarece Filipe.

E como será para Catarina e João o pós-Verão Clássico? "No fim de agosto, vou integrar a digressão da Orquestra XXI", diz ele; "e eu vou-me dedicar à tese de Mestrado [sobre os Divertimentos para cordas de Mozart], que terei de entregar em outubro!", diz ela, por sua vez.

Prémio para composição de música de câmara

Novidade este ano é a introdução de um prémio de composição no valor de 5 mil euros para obras não inéditas escritas há menos de cinco anos, por autores com mais de 23 anos, portugueses ou estrangeiros aqui fixados. As obras destinar-se-ão às combinações desde o dueto ao quinteto (dentro do universo instrumental de piano, cordas, madeiras, trompa). O prazo vai até 1 de abril próximo. O vencedor será anunciado no final de maio, sendo que a obra será tocada no concerto de abertura do Verão Clássico seguinte e a partitura editada. O prémio resulta de parceria do CCB com o DSCH-Shostakovich Ensemble, de que Filipe Pinto-Ribeiro é fundador e diretor artístico.


por Bernardo Mariano, in Diário de Notícias | 29 de julho de 2016

no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias 

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