No âmbito do PEJENE - Programa de Estágios de Jovens Estudantes do Ensino Superior nas Empresas - promovido pela Fundação da Juventude, entre julho e setembro o Museu acolhe a técnica superior de conservação e restauro, Ana Mota, cujo objetivo será a intervenção no espólio do museu, realizando ações conservativas e de restauro com o intuito de devolver a leitura e a estética imaginária referente às obras sebastianas. Trata-se assim de um conjunto de obras de imaginária barroca que integram o núcleo temático do Museu dedicado à devoção local das "Fogaceiras da Feira" intitulado: "São Sebastião, O Voto, A Identidade e a Arte". Em suma, este programa de intervenções abrange um conjunto de nove esculturas de vulto datáveis do século XVII, representativas da iconografia do primeiro martírio de São Sebastião; ou seja, definem visual e esteticamente o momento em que este Mártir cristão foi alvejado por setas, como sentença e castigo pelo seu "credo" e desobediência ao paganismo imperial. Na sua maioria concretizadas em madeira policromada, verificando-se nalguns elementos a presença de carnação, estofo e douramento, estes registos de proveniências e autorias distintas exprimem, pela variedade verificada nos seus estilos e formatos, a dualidade entre a produção erudita (mais cuidada, decorada e realista - naturalista), e produção popular (menos regrada e cuidada, mais espontânea e menos realista - naturalista), que caracteriza e prolifera pela imaginária modelada no Barroco português.

A ideia do restauro ao vivo tem por base uma maior interação entre o público e a realidade museológica, permitindo ao primeiro, no contexto da própria visita, a observação das intervenções que vêm sendo feitas e sensibilizar o publico para a necessidade de manutenção técnica especifica, mostrando a realidade por detrás da obra do artista. A realização pública de ações de conservação e restauro dentro do espaço museológico apresenta desta forma uma importante vertente pedagógica, pretendendo elucidar e consciencializar os visitantes através do confronto direto com os problemas do espólio em intervenção.

Para mais informações e marcações, contacte o Museu:

(22 744 74 68, 91 664 76 85 e geral@museudelamas.pt ) ou visite o site e o facebook.