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Rede de Monumentos Vale do Varosa abre ao público
O Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, preside às cerimónias de inauguração dos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim, no próximo dia 22 de julho, pelas 11h00, e do Mosteiro de São João de Tarouca, pelas 12h00.
A abertura destes dois espaços marca a abertura em pleno da Rede de Monumentos Vale do Varosa, que integra ainda o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, a Capela de São Pedro de Balsemão e a Ponte Fortificada de Ucanha.
A abertura ao público dos Centros Interpretativos do Convento de Santo António de Ferreirim e do Mosteiro de São João de Tarouca corresponde ao culminar da primeira fase do projeto Vale do Varosa, no terreno desde 2009, e que incluiu a recuperação do edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada e, finalmente, a abertura ao público em rede, possível a partir do próximo dia 22 de julho.
Centrado no vale do rio Varosa, subsidiário ao vale do rio Douro, o projeto assenta na criação de uma rede de monumentos abertos de forma integrada à fruição pública, tendo como núcleo principal, numa primeira fase, os mosteiros cistercienses de São João de Tarouca e de Santa Maria de Salzedas e o Convento franciscano de Santo António de Ferreirim.
Já em abril de 2014, outros monumentos se juntaram ao projeto. A Torre Fortificada de Ucanha e a Capela de São Pedro de Balsemão passaram então a integrar um projeto que, desde o seu início, teve como objetivo o alargamento da rede, potencializando a valorização do conjunto.
O projeto Vale do Varosa, cuja intervenção global foi coordenada pela Direção Regional de Cultura do Norte, foi financiado pelo QREN, no âmbito do ON.2 – O Novo Norte.
SOBRE O PROJETO VALE DO VAROSA
Instalar na região, nas áreas inicialmente pertencentes aos concelhos de Tarouca e Lamego, uma rede de estruturas e soluções segundo o conceito de «Território Histórico», numa estratégia integrada a nível regional, beneficiando de uma elevada concentração de imóveis e elementos históricos de elevado interesse turístico-cultural, permitindo o desenvolvimento de conjunto em articulação com o Douro Património da Humanidade, é o grande objetivo do projeto Vale do Varosa.
Este conjunto de imóveis, constituindo há muito e de forma espontânea o que se pode designar de rede informal de monumentos da região do Varosa e aos quais se associa diretamente em termos regionais o conjunto monumental da cidade de Lamego e seu Museu, constitui um dos mais recorrentes percursos de visita da Região Duriense interior.
Neste sentido, as principais linhas estratégicas do projeto Vale do Varosa foram a recuperação de edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada e finalmente a abertura ao público com funcionamento em rede e o desenvolvimento de ações de divulgação conjuntas.
Esta formalização e atuação em rede pretende afirmar a região como destino cultural de referência, ao fazer emergir no contexto duriense um conjunto de monumentos classificados que, no caso dos mosteiros cistercienses, foram mesmo uma peça fundamental na excelência reconhecida à região desde 2001 como Património da Humanidade.
O Projeto Vale do Varosa é por isso um projeto que deixa de olhar para o monumento, para passar a olhar para a região, como um território histórico, detentor de um património único, que é necessário afirmar e divulgar no contexto do Douro Património da Humanidade.
SOBRE O MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE TAROUCA
Mosteiro masculino da Ordem de Cister, a sua construção iniciou-se em 1154, impondo-se como a primeira edificação cisterciense em território português. Com a sua fundação intimamente ligada à fundação da nacionalidade e à figura de D. Afonso Henriques, o complexo monástico foi largamente ampliado no século XVII e XVIII com a construção de novos edifícios, de entre os quais se destaca um novo e colossal dormitório.
Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, a igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública, sendo os seus edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX. Tendo a sua igreja sido classificada como Monumento Nacional em 1956, sendo esta proteção estendida a todo o conjunto em 1978, em 1996 o Estado Português iniciou a gradual aquisição de toda a área monástica, sendo a igreja sujeita a um completo restauro entre 1998 e 2010, e as dependências monásticas a uma exaustiva escavação arqueológica entre 1998 e 2007, tendo a sua musealização ficado concluída em 2013.
A abertura integral e integrada de todo o espaço acontece agora em 2016, depois de finalizada a intervenção na Casa da Tulha, antigo celeiro monástico, que acolhe o centro interpretativo do sítio.
SOBRE O CONVENTO DE SANTO ANTÓNIO DE FERREIRIM
Integrando uma anterior torre fortificada, possivelmente datada de século XIV, a fundação deste convento masculino franciscano inicia-se com a doação, em 1525, dos terrenos circundantes, por D. Francisco Coutinho, Conde de Marialva. De traça manuelina, da qual sobrevive o pórtico da igreja, há ainda a assinalar a construção do claustro, entretanto desaparecido, correspondente à primeira metade do século XVI, período de construção da igreja e do complexo conventual.
No que concerne ao seu espólio, destacam-se as oito tábuas pintadas em 1533-1534 pelos denominados “Mestres de Ferreirim”, parceria desvendada mais tarde por documentação encontrada por Virgílio Correia e que revelou os nomes de Cristóvão de Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes como os autores das pinturas.
Extinto em 1834, tendo a sua igreja sido convertida em igreja paroquial, as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública e parcialmente desmanteladas ou caídas em ruína. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1944, em 2001-2005 a igreja e seu recheio foram sujeitos a restauro integral, abrindo agora ao público o centro interpretativo do convento.