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Monsaraz abre primeiro centro interativo da história judaica

O novo equipamento surge no âmbito do projeto da Rede de Judiarias de Portugal e assinala o início da bienal cultural “Monsaraz Museu Aberto”.


A celebrar 30 anos, a bienal cultural “Monsaraz Museu Aberto” está de regresso até dia 31 de julho. O festival pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo.

“É um evento com três décadas de História e que marca o calendário regional e nacional em termos de grandes eventos culturais, com uma programação artística, musical e expositiva de grande qualidade” revela à Renascença o presidente da câmara municipal de Reguengos de Monsaraz.

Inaugurado esta sexta-feira, o festival é também a oportunidade para abrir as portas do novo Centro Interativo da História Judaica. A antiguidade da minoria hebraica de Monsaraz está, de resto, documentada no foral concedido por D. Afonso III, em 1276. De acordo com o município alentejano há várias fontes que indicam, com precisão, a existência de provas documentais e arqueológicas que atestam a subsistência de uma próspera comunidade judaica na vila medieval.

“É um centro interativo que pretende estudar de forma séria e com mais conteúdos uma parte da história de Monsaraz e da sua judiaria que não tinha ainda vindo a público de forma tão trabalhada” conta José Calixto.

O autarca revela ainda que é “o primeiro a ser inaugurado” no âmbito de um projeto promovido pela Rede de Judiarias de Portugal, com o apoio do governo da Noruega e que envolve 15 municípios portugueses.

O novo espaço que resultou da requalificação da Casa da Inquisição tem como finalidade apresentar “conteúdos numa perspetiva de diálogo entre a fé e as religiões e que transmitam a todos os que nos visitam a relação e ligação existentes numa fase da história”, acrescenta.

“É um projeto que nos orgulha muito e é uma mais-valia para quem quer usufruir da riqueza patrimonial e da paisagem cultural que envolve Monsaraz. Hoje são quase 100 mil pessoas que nos visitam por ano”, atesta José Calixto.

 

Música e exposições. É só escolher.

Mestre António Chainho e Mafalda Arnauth (dia16), Miguel Gameiro e Polo Norte (dia 22),a Gala do Cante e Monsaraz Emotions (dia 22), Salvador Sobral (dia 24) e o cante alentejano (dias 29 e 30), marcam uma programação variada em géneros musicais.

Exposições também as há e são várias. Ficam patentes, diariamente, durante as três semanas do festival, de segunda a quinta-feira das 10h às 13h e entre as 16h e as 22h, e nos restantes dias das 10h às 23h.

João Cutileiro apresenta uma exposição de fotografia na Igreja de Santiago – Galeria de Arte e faz o pleno da vida do escultor, com uma seleção de trabalhos da sua coleção particular realizados entre 1959 e 2015.

No Museu do Fresco vai estar patente uma mostra de arqueologia intitulada “Monsaraz Antes da História – vestígios de um povoado da Idade do Bronze”.

Por seu lado, Luísa Ferro apresenta na junta de freguesia a mostra de pintura “Monsaraz, à luz de um céu imenso” e os alunos da Escola de Artes da Universidade de Évora oferecem a exposição “Anésia – Artes Visuais” na Casa Monsaraz.

Nas ruas da vila vai poder ser apreciada a exposição de fotografia “Paisagem Interior – Inner Landscape”, de Telmo Rocha e na Casa Lagareiro é possível visualizar uma mostra de design industrial e mobiliário, intitulada “Com quantos paus se faz um lugar ao sol”.

“Pessoas” é o título de outra mostra de esculturas em barro que Gil Kaalisvart que se apresenta na Torre de Menagem. Já o Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz, que se estreou em 2004, abre a sua sede, à “Tertúlia Tauromáquica”, para mostrar os momentos mais importantes da vida deste grupo enquanto o restaurante Casa do Forno mostra os 30 anos de história do Monsaraz Museu Aberto.

 

Roteiro gastronómico e “experiências” nos agentes turísticos

A bienal cultural propõe pelo segundo ano um roteiro gastronómico com o menu Monsaraz Museu Aberto em 11 restaurantes da freguesia com um preço fixo: 12,5 euros.

Os agentes turísticos da região prepararam, igualmente, diversas atividades para os visitantes desfrutarem por estes dias. Assim, propõem um conjunto de “experiências”, nomeadamente conhecer o “Caminho das Oliveiras Milenares” (Horta da Moura), Chill Out Monte Alerta – Sentir o pôr-do-sol (Monte Alerta), astroturismo na Casa Saramago e no Observatório Lago Alqueva, manusear o barro na Casa do Barro – Centro Interpretativo da Olaria de S. Pedro do Corval, passeios de barco e Museu do Azeite (Restaurante Sem-fim) e visitas à horta biológica e a uma exposição no Monte do Laranjal.

Mas há mais. Os visitantes podem ainda ver o pôr-do-sol com vista panorâmica para a planície na Casa D. Nuno e na Casa do Cante, fazer passeios de barco e massagem hídrica na Casa D. Antónia, passeios a pé e de bicicleta pelo milenar Olival da Pega (Vila Planície), atividades náuticas, BTT e passeios a cavalo e de charrete no Centro Náutico de Monsaraz, mas também provas de vinho, caças ao tesouro, entre outras atividades no Hotel São Lourenço do Barrocal, apreciar a exposição e ver os artistas a pintar na Galeria Monsaraz, e conhecer o Museu tauromáquico José Mestre Batista.

“É uma programação tão rica culturalmente que agradará, seguramente, a quem nos visita” conclui José Calixto, presidente da câmara municipal de Reguengos de Monsaraz.


in Rádio Renascença | 17 de julho de 2016

no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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