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DocLisboa começa na esplanada da Cinemateca a 23 de julho
O DocLisboa regressa este ano, em outubro, mas vai ser antecipado na próxima semana.
A Cinemateca Portuguesa vai exibir curtas-metragens do britânico Peter Watkins, pioneiro do "docudrama".
O cinema de Watkins e a intervenção do "documentário ficcionado", a revolução de Cuba e novas expressões cinematográficas são os vetores do DocLisboa'16, de 20 a 30 de outubro, em Lisboa.
A programação da 14.ª edição Festival Internacional de Cinema documental de Lisboa terá uma antecipação na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, a 23 de julho, com a exibição das curtas-metragens do cubano Santiago Alvarez Noticiero 49 e Now!, e deThe war game, 'docudrama' do britânico Peter Watkins, sobre a perspetiva de uma guerra nuclear.
As três obras serão projetadas na esplanada da Cinemateca, a partir das 22:30, e apresentam as principais linhas de programação do DocLisboa'16: a retrospetiva do cinema de Peter Watkins, e a intervenção política que lhe é inerente, e a mostra "Por um Cinema Impossível: documentário e vanguarda em Cuba", sobre o impacto da produção documental pós-revolução, nas expressões emergentes.
Noticiero 49, um dos jornais de atualidades produzidos em Cuba, nos anos 1960, parte de um festival de cinema checo, em Havana, para falar da nacionalização do instituto cubano de cinema e das distribuidoras norte-americanas, no país.
Now!, de 1965, um dos mais conhecidos filmes de Alvarez, aborda o movimento dos direitos civis das populações negras dos Estados Unidos, segundo a perspetiva da "Cuba revolucionária".
The war game é um "documentário ficcionado" produzido para a BBC, em 1965, sobre os seus efeitos da guerra nuclear.
A obra venceu o Óscar de melhor documentário, em 1966, mas, na altura, não chegou a ser apresentada na televisão, apenas nos cinemas, recorda o DocLisboa. "O resultado foi tão perturbante", que a BBC considerou "o filme demasiado 'assustador'".
Watkins é um dos pioneiros do 'docudrama' e do chamado 'falso documentário', nas décadas de 1950 a 1990, que transformou em expressões maiores "do cinema político e de resistência, questionando e criticando o papel da comunicação social".
No centro da sua obra, "está a crítica aos meios audiovisuais enquanto instrumentos de poder", segundo o DocLisboa, que organiza a retrospetiva em parceria com a Cinemateca.
"Por um Cinema Impossível: documentário e vanguarda em Cuba", retrospetiva temática do festival, é um programa do investigador e documentarista norte-americano Michael Chanan, conhecedor da produção latino-americana, realizador de filmes como Crónica do protesto, Detroit, ruína de uma cidade ou Money puzzles, que tem em montagem.
A retrospetiva vai abordar o documentário cubano da revolução castrista, que emerge com "a mudança radical da realidade" e "por oposição política e estética ao cinema de Hollywood", segundo o DocLisboa.
Santiago Álvarez, um dos precursores do videoclip, pela 'montagem nervosa' e pelo uso materiais pré-existentes, e Júlio Garcia Espinosa, recentemente falecido, autor do manifesto Por un cine imperfecto, são protagonistas da mostra, feita em colaboração com o Museo Reina Sofia de Madrid.
O Doclisboa'16 vai estrear Ta'ang, do chinês Wang Bing, sobre mulheres e crianças refugiadas, na fronteira sino-birmanesa, eBetween fences, de Avi Mograbi, filmado no centro de detenção de imigrantes de Holot, no deserto israelita.
in Diário de Notícias | 14 de julho de 2016
no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias