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Dia Mundial da Tartaruga Marinha

Ainda há muito a fazer para assegurar a sua conservação


O Dia Mundial da Tartaruga Marinha, celebrado anualmente a 16 de junho, pretende alertar para a importância e necessidade de conservação destes animais. Esta data assinala o nascimento do ecologista e investigador norte-americano Archie Carr (1909-1987), mundialmente reconhecido pela sua contribuição para a conservação das tartarugas marinhas ao alertar para o declínio das suas populações um pouco por todo o mundo, devido à sua sobre-exploração e perda de
habitats seguros. Qual é o conhecimento atual da comunidade científica sobre estes animais?

É difícil ficar indiferente à imagem de uma tartaruga marinha a deslizar pelas águas dos oceanos, a nadar graciosamente sob recifes de coral ou pradarias marinhas. Veneradas por muitos, são um dos animais marinhos mais icónicos que existem. Têm um ciclo de vida complexo, demorando até 50 anos a reproduzirem-se pela primeira vez. Normalmente reproduzem-se em praias muitas vezes paradisíacas, de zonas temperadas ou tropicais, e são conhecidas por realizarem migrações muito extensas entre as suas zonas de reprodução e alimentação, que podem chegar aos vários milhares de quilómetros.

Por tudo isto, as tartarugas marinhas são também animais difíceis de estudar. Até há pouco tempo era quase impossível saber quais as rotas de migração utilizadas, quais as suas zonas de alimentação e o que comem, e quais as praias que frequentam.

Recentemente o desenvolvimento de estudos moleculares e ecológicos e de tecnologias como a telemetria tem permitido aumentar o conhecimento da comunidade científica sobre estes animais.

Não existem registos de reprodução de tartarugas marinhas em Portugal (embora possam ser encontradas 5 espécies em águas portuguesas, sobretudo nos Açores e Madeira), mas estes animais são objeto de estudo no nosso país. É o caso do trabalho desenvolvido por Joana Hancock, estudante do Programa Doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução (BIODIV) no cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas. O seu trabalho em tartarugas marinhas já a levou a países tão distintos como Grécia, Costa Rica, Panamá e Cabo Verde. Mais recentemente, o seu trabalho de investigação centra-se no estudo do estado de conservação das tartarugas marinhas no arquipélago de São Tomé e Príncipe, no Golfo da Guiné. Neste pequeno país a captura desenfreada de tartarugas marinhas para consumo da sua carne e uso das suas escamas tem causado a mortalidade anual de 37 a 77% da população de fêmeas reprodutora, dependendo da espécie. A proteção legal destes animais no país só foi implementada em 2014, mas estima-se que o impacto desta exploração possa ter levado à quase extinção de pelo menos uma das espécies (Eretmochelys imbricata). Desconhecem-se as consequências ecológicas, demográficas e genéticas para esta e outras espécies (Lepidochelys olivacea e Chelonia mydas).

No seu trabalho de investigação, Joana Hancock tem como principais objetivos identificar os habitats críticos para reprodução e alimentação de 3 espécies de tartarugas marinhas na região, quantificar o tamanho da população adulta que se reproduz na ilha, e avaliar a variabilidade genética de cada população. O trabalho é realizado sob a orientação de Rui Rebelo (cE3c) e Nuno Ferrand (CIBIO-InBIO).

Os resultados deste estudo, que ficará finalizado em 2018, serão usados como base para o primeiro Plano de Gestão e Recuperação de Tartarugas Marinhas de São Tomé e Príncipe. O projeto pode ser acompanhado através do blog da Associação Tartarugas Marinhas, organização não governamental (ONG) que coordena o programa de conservação na ilha de São Tomé e da qual Joana Hancock faz parte.



Imagens da autoria de Joana Hancock

 
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