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Coimbra celebra património com concertos, teatro e um museu de memórias
Coimbra celebra a classificação como Património Mundial pela UNESCO com concertos de Samuel Úria e Lavoisier, teatro, visitas guiadas, performance e um museu de memórias num antigo armazém de fazendas, entre 25 de junho a 4 de julho.
A iniciativa Sons da Cidade assinala o terceiro ano da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com diversos eventos que procuram reconhecer "a riqueza do passado", mas também realçar "o presente", com uma participação "significativa" da comunidade, disse José Miguel Pereira, o presidente do Jazz ao Centro Clube (JACC), uma das entidades organizadoras.
Entre 25 de junho e 4 de julho, haverá teatro, exposições, debate, conversa, performances, leituras de poesia, concertos e visitas guiadas, informou hoje a organização, durante a apresentação do evento.
O Sons da Cidade arranca a 25 de junho, pelas 11.00, com um desfile até à Baixa de Coimbra liderado por J. Delacroix, uma personagem do ator Ricardo Kalash que se assume como um curador "da escola francesa, absolutamente pós-modernista, com uma ligeira fixação por viaturas clássicas e conservador".
Nesse mesmo dia, a personagem Delacroix inaugura às 12.15 o Museu Temporário de Memórias, num antigo armazém de fazendas da Baixa de Coimbra, onde estarão expostos até 4 de julho objetos de comerciantes, cuja história, por vezes, se cruza com a história da cidade, explanou o artista.
No museu, estarão fotografias "das milícias armadas republicanas de 1910, documentação inédita sobre o Café Santa Cruz de 1920, material fabricado no século XIX de moldagem de chapéus, jeropiga da Taberna do Romal, doçaria da [pastelaria] Briosa", chapas para partituras da loja de música Olímpio Medina, entre outros objetos.
O curador Delacroix vai fazer visitas guiadas a 25 de junho, 1 de julho e 2 de julho, mostrando não apenas "os monumentos que estão à vista, mas também o tecido urbano e humano".
Para além do espólio presente no Museu Temporário de Memórias, o espaço vai também receber uma exposição do coletivo surrealista The Cabo Mondego Section e uma participação de antigos alunos da ARCA (Escola Universitária de Artes de Coimbra) e da associação IC Zero.
O museu serve ainda para acolher um concerto de Joana Bagulho que vai tocar Carlos Paredes em cravo (26 de junho), uma oficina de teatro para crianças (27 a 29 de junho), uma performance de António Olaio (30 de junho) e um VJ-Set (1 de julho), entre outras atividades.
No primeiro dia do Sons da Cidade, haverá também a apresentação do primeiro fascículo dos Cadernos de Jazz, na Casa das Caldeiras, e uma peça de teatro dos utentes do Centro de Dia 25 de Abril do Ateneu de Coimbra, no Teatro de Bolso, no edifício da Associação Académica de Coimbra.
A 25 de junho, decorrem também vários concertos pela cidade, com o primeiro a realizar-se nas Escadas do Quebra Costas, por Songbird, às 18.00, seguindo-se o duo Lavoisier no Largo do Romal, às 21.30, e Samuel Úria, na Praça 8 de Maio, às 22.00.
Apesar de o evento ter "um caráter de celebração, tem sobretudo o objetivo de refletir" a partir de um gesto artístico sobre "a forma como a cidade vive este reconhecimento por parte da UNESCO", realçou José Miguel Pereira.
Todos os eventos são de entrada gratuita, com exceção da oficina de teatro para crianças (25 euros).
A apresentação contou também com a presença da vereadora da Câmara Municipal Carina Gomes, a vice-reitora da Universidade de Coimbra Clara Almeida Santos, e o presidente da Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, Vítor Marques, entidades responsáveis pela organização, juntamente com o JACC, o movimento Há Baixa (HAB) e a Associação Ruas.
in Diário de Notícias | 13 de junho de 2016
no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias