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Irreverência de Bordalo Pinheiro dá o mote às Festas de Lisboa
Fados no Castelo de São Jorge ou o Globaile dos Buraka Som Sistema? O difícil vai ser escolher.
No ano em que se comemora o 170.º aniversário do nascimento de Rafael Bordalo Pinheiro, a visão irreverente do autor é o mote de inspiração para as muitas iniciativas que invadem Lisboa, já a partir de amanhã, até 1 de julho, no mês que celebra as sardinhas, os arraiais, as marchas populares, mas sobretudo, a multiculturalidade e a liberdade sem fronteiras.
Em 2016, a EGEAC em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, volta a reforçar o convite para que seja "uma festa de todos para todos, para retribuir a Lisboa o que ela nos oferece todos os dias". Palavras de Joana Gomes Cardoso, presidente da EGEAC.
E se o retorno é mútuo, as escolhas são mais que vastas numa programação eclética que toca a tradição e a memória, com a recuperação de rituais como os tronos de Santo António até às contemporâneas intervenções artísticas nos miradouros do CRIAR Lisboa. Sempre com a Ponte 25 de Abril como pano de fundo, que celebra, este ano, 50 anos de vida, razão maior para celebrar a proximidade entre as duas margens do Tejo.
Sob o lema "Música para todos os gostos e feitios", um dos destaques musicais acontece em "Deixem o Pimba em Paz", com Bruno Nogueira e Manuela Azevedo aos comandos, numa noite única, no Terreiro do Paço, onde os temas mais populares da canção portuguesa serão entoados e reinventados por músicos de jazz e clássica.
Uma das novidades da programação contempla o "Sons d"Água", um espetáculo original no Reservatório Mãe d"Água e a Alameda Pop, com os Amor Electro e David Carreira a fazerem a chamada para a Alameda da Universidade de Lisboa, em dois dias de entrada livre, para toda a família. O Castelo de São Jorge será o anfitrião de três noites de Fado. Muito mais acontece em simultâneo, numa oferta que percorre as ruas e jardins da cidade, sem esquecer o Festival Coros de Verão, o Com"Paço e o IX Festival de Bandas de Lisboa.
Fora dos palcos e em plena baixa, as lojas centenárias do coração da cidade voltam a transformar-se em pequenos teatros, este ano, com um elenco integralmente feminino, convidado a interpretar as histórias de Dulce Maria Cardoso, Jorge Palinhos e Sandro William Junqueira. O Teatro das Compras, promete retomar o sucesso, numa mescla entre tradição e identidade de sítios que já moram no coração dos alfacinhas. Também de memória afetiva sobrevivem os Tronos de Santo António, num tributo a um ritual secular celebrado num circuito expositivo coletivo, nos dias 4 e 5 de junho, resultado do desafio aceite por crianças e adultos de construir um trono.
Desporto, cinema e noites literárias, sem esquecer as afamadas sardinhas - este ano com participação de 70 países - as noites prometem render a folia alfacinha, entre arraiais e muitas festas espalhadas por vários locais da cidade. As marchas populares honram a tradição a 12 de junho.
O encerramento das Festas de Lisboa culmina no espetáculo Globaile, na Torre de Belém, numa festa que é muito mais do que um concerto, onde a história se cruza com as pontes de e para o mundo. Convite feito pelos Buraka Som Sistema que se despedem dos palcos e fecham a tour mundial, numa passagem de testemunho para todos os que queiram empunhar a bandeira da festa, da cor, do sorriso e do coração, numa noite única, a 1 de julho, onde todo o planeta desagua na Torre de Belém.
por Ana Carreira, in Diário de Notícias | 31 de maio de 2016
no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias