Roteiros
À descoberta da vila do Crato
No coração do Alto Alentejo, bem integrado numa paisagem de relevo suave, ergue-se um concelho com uma História que remonta ao III milénio a.C.
Conquistada aos mouros em 1160 pelas tropas de D. Afonso Henriques, a vila foi doada com o seu extenso senhorio pelo rei D. Sancho I à Ordem Militar do Hospital, com a condição de a desenvolver e fortificar. Com D. Afonso IV, em 1340, engrandecida com a construção do magnífico complexo Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa em 1356, a vila torna-se sede daquela Ordem em Portugal.
A partir do século XIV, o Crato torna-se uma das mais importantes vilas do Alentejo a nível militar e religioso, com a mudança do nome de Priorado de Portugal para Priorado do Crato.
O século XVI será a época áurea do Crato com a edificação do Paço do Castelo, palco dos grandes casamentos régios de D. Manuel I com D. Leonor de Castela, em 1518, e de D. João III com D. Catarina da Áustria, em 1525.
Numa viagem pelas bem preservadas aldeias do concelho, encontram-se interessantes exemplos de arquitetura medieval e moderna, casas simples e solares nobres, igrejas e ermidas, numa rica tradição artesanal e deliciosa gastronomia.
Destacamos agora alguns dos pontos de interesse, de visita imprescindível:
Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa
Monumento fundado em 1356 por D. Álvaro Pereira, Prior do Crato.
O conjunto é constituído por um paço acastelado, ampliado no século XVI, uma igreja-fortaleza gótica e manuelina, e ainda pelas dependências conventuais quinhentistas.
Hoje, o monumento requalificado, integra uma Pousada, o Posto de Turismo Municipal, galeria de exposições temporárias e concertos, uma sala lúdica para os mais jovens, um Núcleo Museológico do Museu Nacional de Arte Antiga, constituído por um conjunto de esculturas em pedra de temática Mariana, culto venerado pela Ordem de S. João do Hospital.
Casa Museu Padre Belo
Espólio e casa do Padro Francisco António Rosado Belo, que doou à Misericórdia do Crato, a sua coleção de arte, centrada na representação de Cristo na infância e adolescência, em trabalhos de pintura, escultura, gravuras e artes decorativas.
Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso
Mandada construir em 1755 para que os presos da antiga cadeia em frente assistirem aos serviços religiosos, destaca-se pela harmonia da arquitetura e da decoração, sobressaindo o grande janelão e, no interior, o altar executado em mármore com uma imagem da padroeira.
Biblioteca Municipal
Edifício do século XVIII, serviu como cadeia concelhia até meados do século XX. Foi recuperado e adaptado, funcionando hoje como Biblioteca Municipal, espaço Internet e galeria de exposições.
Museu Municipal
Instalado num edifício Barroco situado na zona histórica da vila, o Museu Municipal do Crato convida a uma visita ao passado histórico do concelho, num percurso que tem início nos vestígios das primeiras ocupações pré-históricas terminando numa abordagem da vida económica e social do Crato em meados do século XX.
O edifício setecentista, objeto de profundas obras de restauro e de ampliação, apresenta a sua estrutura primitiva, que acolhe a exposição permanente da coleção do museu e reserva. Galeria de exposições temporárias, cafetaria, sala de trabalho e auditório correspondem à parte ampliada do imóvel.
Varanda do Palácio do Grão-Prior
Único elemento que se conserva do antigo palácio do Grão-Prior do Crato, trata-se de uma imponente varanda sobre uma loggia abobadada, aberta por arcos de volta perfeita e decorada com rosáceas e meias-rosáceas. Um original e robusto símbolo do poder do Priorado. Hoje um edifício requalificado, está aqui instalado o Arquivo Histórico-Documental do Município do Crato.
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
Terá sido edificada pouco depois da concessão do Foral da Vila dos Hospitalários, em 1232, da igreja do século XIII resta apenas a estrutura da imponente torre sineira, sendo o templo atual resultado de sucessivas reedificações e adições dos séc. XV e XVIII. No interior a destacar a imagem trecentista de S. Bartolomeu, uma Pietá quatrocentista, o retábulo em talha dourada na capela-mor, obra dos finais do século XVII, também revestida de azulejos historizados, azuis e brancos, da primeira metade do século XVIII. Numa dependência anexaencontra-se uma notável coleção de arte sacra.
Megalitismo
Por toda a região há diversos monumentos megalíticos visitáveis que comprovam a antiguidade destas paragens, como as Anta da Espanadeira, a necrópole megalítica do Vale d'Anta, a Anta do Couto dos Enchares, a Anta Grande do Tapadão/Aldeia da Mata e a Anta dos Penedos de S. Miguel, entre outras.
Gastronomia
As migas de batata, a sopa de sarapatel, confeccionada especialmente com borrego ou cabrito e diversas vísceras, o ensopado de borrego ou a alhada de cação são as especialidades. De realçar na doçaria de raízes conventuais, o Teculameca, feito à base de amêndoa e ovos. Merece ainda destaque a produção de vinho, o azeite, a Carne de Bovino de Raça Alentejana (DOP) e o Queijo de Nisa (DOP).
Mais informações, contactar Câmara Municial do Crato
Posto de Turismo - Mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa
Tel.: [+351] 245 997 341 | GPS: Lat.39.181860 - Long.7.384440
Turismo do Alentejo - Tel.: [+351] 284 313 540
Fonte: Câmara Municipal do Crato