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O maior MoMA dos EUA reabre este mês

A ampliação do San Francisco Museum of Modern Art foi assinada pelos arquitetos Snøhetta. 

Com a sua fachada branca ondulada, o edifício procurou inspiração, dizem os arquitetos noruegueses, nas ondas suaves da Baía de São Francisco DR

É uma expansão invejável, a do San Francisco Museum of Modern Art, ou seja, o MoMA de São Francisco, cujas iniciais exatas são, aliás, SFMoMA. Podemos começar pelos arquitetos escolhidos para a expansão, os norueguesas Snøhetta (autores da ópera de Oslo), passar pela duplicação do espaço, pela triplicação das áreas de exposição e acabar no aumento do acervo em 3000 obras. Mais de 600 destes trabalhos, diz o ArtNeswpapper, vão poder ser vistos nas 18 exposições inaugurais com a grande abertura marcada para 14 de maio. 

“Em vários parâmetros, o museu é agora o maior espaço dedicado à arte moderna e contemporânea nos Estados Unidos”, escreve a publicação especializada em notícias do mundo da arte. 

O edifício da expansão, que custou 305 milhões de dólares (264 milhões de euros), ultrapassa em altura o icónico museu original de Mario Botta, uma estrutura pós-modernista construída pelo arquiteto suíço em tijolo. Com a sua fachada branca ondulada, o edifício procurou inspiração, dizem os arquitetos noruegueses, nas ondas suaves da Baía de São Francisco. Se o New York Times afirma que parece um enorme paquete, já o ArtNeswpapperdescreve o museu como uma mistura entre uma loja Apple e um trabalho de Christo.

Entre as 18 exposições previstas, a mais aguardada é a dedicada à coleção Gap, criada pelos fundadores da marca de roupa norte-americana Donald e Doris Fisher. A coleção está em depósito durante 100 anos e é a principal razão para a ampliação do SFMoMA ter sido feita. Segundo o acordo, a coleção com mais de mil peças tem que ser mostrada em conjunto no primeiro ano e depois uma vez de dez em dez anos.

É uma fantástica representação da arte do século XX europeia e norte-americana: tem 130 trabalhos de Sol LeWitt, 45 de Alexander Calder, 41 de Ellesworth Kelly e 24 de Gerhard Richter, entre outros. O espaço da entrada, de acesso gratuito, vai ser dedicado a grandes instalações (à imagem da Turbine Hall da Tate Modern) e começa com a monumental Sequência de Richard Serra, uma escultura em ferro de mais de 200 toneladas.

Mas os curadores do novo SFMoMA estão preocupados com a diversidade do que vão mostrar, uma vez que a coleção Gap representa maioritariamente uma arte branca e masculina, escreve o New York Times. O museu de São Francisco está já a fazer encomendas, como aquela em que está a trabalhar Julie Mehretu, a artista de origem etíope baseada em Nova Iorque. São pinturas de grande dimensão, cuja realização obriga a artista a trabalhar numa antiga igreja do Harlem. O trabalho chegará só no próximo ano e já tem um espaço reservado ao lado da escada principal em ziguezague, porque o museu, ironiza, o New York Times, não quer ser conhecido como o Fisher Museum of Modern Art.

 


in jornal Público | 4 de maio de 2016

no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Público

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