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Luis Sepúlveda vence prémio Eduardo Lourenço
O autor de "O Velho Que Lia Romances de Amor" é um 'mediador da cultura ibérica', disse o júri do prémio, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos.
O prémio Eduardo Lourenço de 2016 foi atribuído esta sexta-feira ao romancista chileno Luis Sepúlveda, que se torna assim a 12.ª personalidade a ser distinguida com este galardão instituído em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI).
Com um valor de 7500 euros, o prémio destina-se a premiar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas, e o respetivo júri tem seguido o princípio de alternar personalidades de língua portuguesa e espanhola. Em 2105, o prémio fora atribuído à romancista Agustina Bessa- Luís.
O júri deste ano incluiu, além do presidente da Câmara da Guarda e dos reitores das universidades de Salamanca e Coimbra, enquanto membros da direção do CEI, também a comissão executiva da instituição e ainda três figuras convidadas: o editor Guilherme Valente, da Gradiva, o pintor Florencio Maíllo, professor na Universidade de Salamanca, e Ignacio Francia, jornalista do El País.
Na sua declaração, o júri elogia o trabalho de Luis Sepúlveda “em louvor da língua e cultura espanholas, fazendo da pátria idiomática, que tem a dimensão plurinacional de vários continentes, uma aventura criadora em que o Homem é a medida de todas as coisas”. Foi também sublinhada a difusão que a obra ficcional do escritor, argumentista, jornalista e realizador chileno tem tido tanto em Portugal como em Espanha, circunstância que o torna, diz o júri do prémio, um “mediador da cultura ibérica”.
O Velho Que Lia Romances de Amor (1989), Patagónia Express (1995) ou As Rosas de Atacama (2000) são alguns dos muitos livros do autor editados em Portugal com a chancela da Asa.
Nascido em 1949 em Ovalle, no Chile, Sepúlveda está hoje radicado em Gijón, Espanha, após ter vivido na Alemanha e em França. O escritor integrou a guarda pessoal do presidente Salvador Allende e foi nessas funções que presenciou, em setembro de 1973, o golpe de Estado de Augusto Pinochet, que o obrigaria a sair do país.
Antes de se radicar na Europa, trabalhou e viveu em vários países da América latina. Aquele que é o seu maior sucesso de vendas, O Velho Que Lia Romances de Amor, foi dedicado a Chico Mendes, o célebre ambientalista e defensor da Amazónia assassinado em 1988.
in Público | 29 de abril de 2016
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público