Carolina Celas leva as suas paisagens imaginárias a Bolonha
A artista portuguesa foi selecionada para a exposição principal da Feira do Livro Intantil, que começa hoje em Itália.
Esta será a terceira vez que Carolina Celas vai passear pelos stands da Feira do Livro Infantil de Bolonha, o maior evento livreiro de divulgação e de negócios na área do livro para a infância e a juventude, que começa amanhã em Itália. Mas esta é a primeira vez em que irá a Bolonha não só como visitante mas também como participante. A ilustradora portuguesa, de 29 anos, foi selecionada para a exposição principal da feira, ao lado de outro português, o ilustrador André Letria, e de mais de 70 artistas de todo o mundo.
"Sempre tive vontade de participar mas achei que tinha de esperar pelo momento certo", conta Carolina Celas, que neste momento está a viver em Londres, onde terminou recentemente o mestrado. "Os últimos dois anos foram fulcrais para a minha carreira. Acredito plenamente que é bom desafiarmo-nos a nós próprios, não só nos faz trabalhar e ter perspetivas diferentes como nos faz trabalhar com um objetivo.
A Bolonha leva precisamente parte do seu projeto final de mestrado em Visual Communication no Royal College of Art, intitulado Private Landscapes - "que ilustra uma visão pessoal do espaço casa transportando cada um numa viagem em que a imaginação e a perceção de lugar não tem limites. Uma casa não confinada a quatro paredes mas a situações em que a liberdade de se sentir em casa é dada através do conforto de espaços familiares e de sentimentos de intimidade e pertença", explica. "É um projeto muito pessoal e surgiu sobretudo por não me sentir em casa em Londres. Desde os 10 anos que comecei a saltar de sítio em sítio e isso fez-me questionar o que é casa independentemente do lugar onde nos encontramos. O que têm esses lugares de tão especial?
Do design para a ilustração
Carolina começou por estudar Design na Universidade de Aveiro. "Sempre foi clara a minha maior apetência para a parte de comunicação mas também sempre fui criticada por gostar mais de fazer coisas à mão e de me complicar com pormenores. Todos sabemos que o design é sobre simplicidade."
Quando estava no 3.º ano foi fazer Erasmus a Barcelona e esses seis meses "foram essenciais para perceber que as críticas e as más notas a desenho, pela má proporção dos corpos desenhados, na ilustração não eram tão importantes. O erro era simplesmente uma ajuda do acaso para desenhos inesperados e outros pontos de vista". Foi assim que ganhou "o gosto por brincar ao corta e cola" e começou a desenhar regularmente outra vez.
A experiência do Erasmus fez que Carolina percebesse também que poderia trabalhar em qualquer lugar, em Portugal ou fora do país: "Não gosto de estagnar, quando isso acontece, tento algo novo." Voltaria a Barcelona, mais tarde, após a passagem por uma agência de publicidade, para uma pós-graduação em Ilustração Criativa que foi "sobretudo essencial na parte de desenvolvimento técnico e exploração de materiais, algo a que não me tinha dedicado muito até então." Nessa altura, já não tinha dúvidas de que era à ilustração que iria dedicar-se. "Queria continuar a explorar e a perceber esse mundo."
Entretanto, os seus desenhos começaram a aparecer. Por exemplo, em alguns trabalhos da editora catalã Media Vaca, onde esteve durante seis meses. Ou no projeto Felicidário, no qual colaborou durante o ano de 2013. No entanto, apesar de fazer imensos trabalhos comerciais e de colaborar em publicações digitais, até agora as ilustrações de Carolina Celas ainda não estão editadas em livro.
Desenhar sem regras
Nos seus desenhos, Carolina estimula o seu lado mais surrealista e sonhador. "Gosto de manter a criança que há em mim e pensar que a imaginação não tem limites, penso que isso torna o meu trabalho mais genuíno. Interessa-me explorar a linha entre o ficcional e a realidade através do detalhe, do humor e do surreal. No meu trabalho pessoal e não comercial não me privo de explorar uma ilustração que desafie os formatos convencionais. Gosto de adaptar ideias complexas, até mesmo filosóficas, da condição humana, ou mesmo questões pessoais, de modo a trazer mais significado e adaptá-las a um formato mais simples para ser acessível e vibrante tanto para crianças como para adultos."
Sem excluir a hipótese de voltar a Portugal, Carolina Celas pretende para já aproveitar as oportunidades que, agora que terminou o mestrado, podem abrir-se em Inglaterra. "Ainda é tudo um bocadinho novo", diz. Por exemplo, em junho, irá mostrar um novo trabalho no festival ELCAF (East London Comic Art Festival) organizado pela editora Nowbrow.
Isto, claro, depois da aventura em Itália: "Vou ser sincera, Bolonha era um desafio e não vou negar que estou muito contente por tê-lo conseguido. À parte de me poder abrir portas no mundo da ilustração infantil, é sobretudo importante por uma questão pessoal, faz-me acreditar no meu trabalho. É um incentivo para não parar e continuar e desafiar-me a mim mesma."
por Maria João Caetano, in Diário de Notícias | 4 de abril de 2016
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