"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Notícias

Morreu Nicolau Breyner, um pilar da ficção portuguesa

Ator e realizador tinha 75 anos e uma carreira de mais de cinco décadas que também tocou o cinema e o teatro.


No vasto leque de actividades a que Nicolau Breyner emprestava o seu nome e a sua energia esteve também a política, ainda que de forma episódica. Em 1995, e apesar de ter afirmado que nunca teve ambições políticas, candidatou-se às eleições autárquicas para a câmara da sua terra natal, Serpa, pelo CDS-PP. Perdeu. Mas voltou à luta eleitoral oito anos depois, à assembleia municipal, desta vez sob a bandeira do Partido da Nova Democracia (PND).
 
 
Foram meros intervalos na vida e carreira de alguém que tinha sempre “mil projectos à sua frente”, como refere Nuno Artur Silva  o mais recente foi a criação de uma escola de actores.
Nascido em Serpa, a 30 de Julho de 1940 – era primo da poeta Sophia de Mello Breyner –, Nicolau Breyner radicou-se em Lisboa para frequentar o Liceu Camões, e depois o Conservatório, inicialmente com o intuito de ser cantor de ópera. “Nunca tinha pensado ser actor. O meu pai disse que a ópera era uma arte cénica e que tinha de ir para o Conservatório para aprender teatro e juntar as duas coisas. Comecei a perceber que não tinha coragem para manter aquela disciplina... A vida de um cantor de ópera é como a de um bailarino. O que se come, o que se bebe, o sol que não se apanha. Não era isso que queria aos 20 anos. Entretanto, o Conservatório começou a tomar conta de mim, e cá estou”, disse em entrevista ao PÚBLICO.
Estreou-se no teatro na peça Leonor de Telles, de Marcelino Mesquita, no Teatro da Trindade, em Lisboa; e no cinema em A Raça (1961), de Augusto Fraga. Seguiu-se mais de meio século de uma carreira extensa. E que “termina agora no auge”, diz Herman José. “É como sair de uma peça, que correu bem”, nota o actor-criador de O Tal Canal, confessando o “sentimento contraditório” que lhe motiva a morte do amigo: de um lado, a perda, de outro, saber que ele saiu de cena sem ter sido confrontado com a decadência. “E ele merece a solidariedade que se reuniu agora perante o seu desaparecimento, no auge da sua carreira”, conclui Herman.

in Público, com Cláudia Lima Carvalho, Isabel Salema e Hugo Torres | 14 de março de 2016 
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público
Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

Ganhe convites para a antestreia do filme "Memória"

Em parceria com a Films4You, oferecemos convites duplos para a antestreia do drama emocional protagonizado por Jessica Chastain, "MEMÓRIA", sobre uma assistente social cuja vida muda completamente após um reencontro inesperado com um antigo colega do secundário, revelando segredos do passado e novos caminhos para o futuro.

Visitas
93,883,561