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Arte Antiga expõe o tesouro da Rainha Santa Isabel
"O Tesouro da Rainha Santa" é inaugurada esta quinta-feira e reúne um importante espólio de Isabel de Aragão.
Nascida em Espanha, Isabel de Aragão tinha 12 anos quando casou por procuração com o rei português D. Dinis. O casamento foi formalizado numa celebração em Trancoso, pouco depois de Isabel passar a fronteira portuguesa. Conhecida como a rainha da paz por ter evitado um conflito que opunha o seu marido ao filho, Isabel foi como peregrina a Santiago de Compostela, na Galiza, em Espanha, quando ficou viúva. Ali terá deixado como oferta muitos dos seus bens pessoais.
Parte do espólio que subsistiu é agora mostrado no Museu Nacional de Arte Antiga. Trata-se do chamado “Tesouro da Rainha Santa”, que fazia parte do “acervo particular” da monarca, indica António Filipe Pimentel. O diretor do Museu de Lisboa descreve as cinco peças expostas como “obras notáveis de ourivesaria medieval” e “peças que têm valor histórico e artístico”. Ao olhar do público são agora revelados um relicário, vindo de Aragão; o bordão, prova da peregrinação da Rainha a Compostela; a cruz processional em jaspe, material veneziano; a imagem-relicário da Virgem com o Menino e o colar composto por elementos retirados da coroa da D. Isabel.
A rainha, sobre a qual foi criada uma lenda de santidade devido a diversos milagres, foi beatificada em 1516 pelo Papa Leão X e canonizada como Santa pelo Papa Urbano VIII. É por isso conhecida como Rainha Santa Isabel. Padroeira de Coimbra, Isabel recolheu-se ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha depois da morte do rei D. Dinis.
A enriquecer a exposição que agora é mostrada no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa estão dois quadros, um deles um Zurbarán, que veio do Museu do Prado em Madrid, e outro que veio da Alemanha. Ambos ilustram “o processo de beatificação e de canonização”, indica o diretor António Filipe Pimentel.
O tesouro da Rainha do Milagre das Rosas é uma exposição que resulta do trabalho do Museu Nacional de Arte Antiga, com o Museu Nacional Machado Castro de Coimbra e a Confraria da Rainha Santa Isabel e que tem como subtítulo “Imagem e Poder”.
Segundo o diretor António Filipe Pimentel, este “binómio” resulta da “imagem que Isabel cria em vida que é simultaneamente de um aura que rodeia a soberana e uma imagem no sentido iconográfico porque a partir do túmulo ela cria um retracto de despojamento”.
A exposição sobre o Tesouro da Rainha santa Isabel pode ser visitada até 19 de Junho na sala do tecto pintado do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
por Maria João Costa, in Renascença | 3 de março de 2016
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença