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Uma noite dividida entre "O renascido", "O caso Spotlight" e... "Mad Max"

Spotlight, DiCaprio, Brie Larson, Mark Rylance, Alicia Vikander, Iñárritu e "Mad Max", com seis Óscares, são os vencedores da noite.

A cerimónia dos Óscares desta madrugada de segunda-feira terminou sem que ninguém pudesse clamar grande vitória. Enquanto The Revenant saiu do Dolby Theatre com três Óscares - Melhor Ator e Melhor Realizador e Melhor Fotografia - em termos numéricos foi Mad Max: Estrada da Fúria que venceu mais estatuetas (seis). E o Melhor Filme escolhido foi O Caso Spotlight (que também ganhou melhor argumento adaptado).

O Óscar de Melhor Ator para Leonardo DiCaprio foi simultaneamente o "previsto" - ele era o preferido entre os nomeados - e a consagração de uma carreira com 25 anos que tivera já cinco nomeações mas nenhum prémio.

No seu discurso, DiCaprio sublinhou a necessidade de defesa do ambiente e de lutar contra o aquecimento global. "Não tomemos o nosso planeta por garantido. Eu também não tomo por garantida a noite de hoje".

Alexandre Iñarritu, o realizador de The Revenant que recebeu o quarto Óscar, apelou ao fim das discriminações e dos preconceitos sociais: "Vamos garantir que a cor da pele seja tão irrelevante como o comprimento do seu cabelo".

E quando, após estes dois Óscares, The Revenant parecia lançado para a conquista de Melhor Filme, eis que surge o inesperado: O Caso Spotlight, de Tom McCarthy, recebe o galardão.

O filme que trata da cobertura jornalística que trouxe para a ribalta os abusos sexuais no seio da igreja católica - e cujo argumento adaptado também foi premiado com um Óscar - é assim um dos grandes vencedores da noite: "Que este filme se transforme num coro que ecoe até ao Vaticano", disse Tom McCarthy no discurso de agradecimento.

Os seis Óscares de Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller, foram essencialmente para categorias técnicas (Melhor Guarda-roupa, Cenografia, Caracterização, Edição de imagem, Edição de som e Mistura de som).

A gala foi apresentada de forma bem conseguida por Chris Rock, que martelou várias vezes, com ironia, a questão do racismo de Hollywood, mas que também espetou algumas "farpas" naqueles que reagiram à falta de nomeados "não brancos" com boicotes ou outras manifestações mais radicais.

Entre os outros vencedores, destaque para Mark Rylance (Ponte de Espiões), britânico pela primeira vez nomeado e vencedor do Óscar para Melhor Ator Secundário, que bateu a competição de estrelas como Mark Ruffalo, Christian Bale, Tom Hardy ou Sylvester Stallone.

Entre as atrizes, Brie Larson (Quarto) foi a escolhida no papel principal, enquanto Alicia Vikander (A Rapariga Dinamarquesa) foi a melhor num papel secundário.

No campo musical, dois momentos emocionantes: o Óscar de Melhor Banda Sonora entregue ao veteraníssimo Ennio Morricone (Os Oito Odiados) - que mereceu uma ovação de pé e discursou em italiano - e a interpretação de Till It Happens To you (do filme The Hunting Ground) de Lady Gaga, que terminou rodeada de vítimas de violação e abusos sexuais.

Mas quem levou o Óscar para Melhor Canção Original foi Sam Smith, por Writings on the Wall (do James Bond "Spectre"). O cantor fez questão de dedicar o prémio à comunidade LGBT.

 


por Ricardo Simões Ferreira in Diário de Notícias | 29 de fevereiro de 2016
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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