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Artistas contemporâneos "invadem" Igreja de São Cristóvão

Em julho de 2015 foram organizados workshops de restauro para crianças [Orlando Almeida / Global Imagens]

Madalena Victorino, Martin Monchicourt, Francis Alÿs, Rui Chafes e Agnes Martin apresentam trabalhos entre fevereiro e julho.

Entre fevereiro e julho a Igreja seiscentista da Mouraria, em Lisboa, recebe a exposição Não te faltará a distância comissariada por Paulo Pires do Vale que mostra olhares contemporâneos sobre temas inspirados na vida de São Cristóvão. Uma exposição em quatro passos com trabalhos de Madalena Victorino, Martin Monchicourt, Francis Alÿs, Rui Chafes e Agnes Martin.

Conta a lenda que o gigante Reprobus ajudava os viajantes na travessia de um rio perigoso, para poderem seguir o seu caminho. Certo dia, ao transportar uma criança pequena que lhe pediu ajuda, notou o seu peso desmesurado, que o afundava e tornava quase impossível a travessia. A criança revelou ser Jesus Cristo que transportava consigo todo o peso do mundo. Reprobus passou a ser conhecido como Cristóvão, aquele que carrega Cristo, e é o patrono dos viajantes.

Partindo desta narrativa, a exposição propõe uma reflexão em torno de temas como a viagem, a distância, o peso, a leveza - que se materializa nas obras de Madalena Victorino, Francis Alÿs, Rui Chafes, Martin Monchicourt e Agnes Martin, ao mesmo tempo que permite um novo olhar e inusitados pontos de vista sobre a Igreja de São Cristóvão.

A exposição foi desenhada em quatro passos, cada um associado a um artista. O momento inaugural pertence a Madalena Victorino que com o projeto VÃO ocupará a igreja esvaziada entre 11 e 27 de fevereiro. Este projeto, que ressalta a relação do corpo com o espaço sagrado, conta com a participação de moradores locais (Mouraria) e apresentará dois trabalhos - Ringue, uma cocriação da coreógrafa com André Amálio, Michel, Pedro Salvador, Ricardo Machado, Samuel Stanescu e Tereza Havlickova, que parte da tela que se encontra na Sacristia, Cristo a abraçar seu pai, São José no leito de morte - e Corações ao alto, uma criação vocal de Margarida Mestre, inspirada nas sonoridades musicais das diferentes tradições religiosas que coabitam em Lisboa, para um coro formado por voluntários não profissionais. O projeto VÃO integra ainda visitas participativas para crianças, entre os dias 15 e 26 de fevereiro, com a colaboração dos alunos da ESEI - Maria Ulrich e uma conversa com o curador da exposição.

Nos momentos seguintes a Igreja acolherá obras do belga Francis Alÿs (17 de março), o recém-galardoado com o Prémio Pessoa Rui Chafes (5 de maio) que apresentará uma instalação de esculturas concebidas propositadamente para o espaço da Igreja, e Agnes Martin (7 de julho) que encerrará a exposição com o filme Gabriel (1976), na Igreja, em simultâneo com um ciclo de cinema sobre o tema da viagem, a decorrer nas associações e coletividades locais.

No exterior da Igreja, e durante todo o período da exposição, uma intervenção do francês Martin Monchicourt nas Escadinhas de São Cristóvão, marca o percurso entre a Rua da Madalena e a Igreja de São Cristóvão.

A exposição integra o projeto do Orçamento Participativo de Lisboa "Arte por São Cristóvão" que tem por objetivo promover a Igreja de São Cristóvão na Mouraria e o seu património tendo em vista a angariação de apoios para o seu restauro.


in Diário de Notícias | 21 de janeiro de 2016

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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