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Personagem de próximo romance de Miguel Real nasce em Viseu
Em Viseu, está a decorrer o festival literário “Tinto no Branco” que junta os livros e os vinhos.
A manhã de sábado foi dedicada a uma visita à cidade, guiada pelo escritor Miguel Real que se inspirou para o seu próximo romance.
O comboio turístico tornou-se pequeno para tanta gente. Muitos foram os que acordaram cedo para redescobrir a cidade de Viseu pelos olhos do escritor Miguel Real.
O autor "Um estranho a Viseu", como se apresentou, foi desafiado pela organização da primeira edição do festival “Tinto no Branco”, que junta livros e vinhos, a fazer uma visita guiada pela cidade.
Partiu da Praça da República – que para todos em Viseu é conhecida como o Rossio – para percorrer as ruas da memória da cidade de outrora. A ver quem chegava para a visita, Miguel Real contou à Renascença que "Viseu é uma espécie de síntese de Portugal". Por aqui há marcas de um "templo paleo-cristão dedicada a Júpiter, deus romano; depois com o cristianismo esse templo é dedicado a Deus; depois os muçulmanos transformam-no numa mesquita" e por aí continua a história da cidade, hoje capital do único distrito português que não faz fronteira com o mar ou com Espanha.
Ao preparar esta visita, o escritor do concelho de Sintra foi descobrindo ingredientes para o seu próximo romance. "Já criei uma personagem que vai nascer em Viseu. Não posso dizer mais nada porque é um novo romance, não tem estória nem nada mas como começo sempre pelas personagens vai haver uma personagem que vai nascer na cava de Viriato" conta-nos o escritor que conclui "depois Deus saberá o que lhe vai acontecer".
O festival “Tinto no Branco” decorre até domingo e tem como epicentro o Solar do Dão, onde é possível provar o que de melhor a região produz, mas também, durante este fim-de-semana, entre um copo de vinho e outro, ouvir muitos escritores portugueses a falar sobre a sua obra.
Quanto às visitas guiadas pela cidade, regressam no domingo às 11h00, pela mão da escritora Deana Barroqueiro.
Este sábado à tarde, o Solar do Dão acolhe ateliês de ilustração para os mais novos e diversas conversas com escritores como Fernando Dacosta, Patricia Reis, Alberto Santos ou Rui Cardoso Martins.
O "Tinto no Branco" é o primeiro festival literário de Viseu que junta a arte da escrita ao vinho da região do Dão. Na última noite, o mote da conversa foi lançado por uma frase de Aquilino Ribeiro: "O pior dos crimes é produzir um vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos".
in Renascença | 5 de dezembro de 2015
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença