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Dez concertos a não perder no Festival Mexefest

Mais de uma dezena de espaços à volta da Avenida da Liberdade, em Lisboa, recebem, sexta e sábado, o festival Mexefest

Benjamin Clementine regressa a Lisboa depois do êxito no Super Bock Super Rock [Filipe Amorim/Global Imagens]

Vem aí mais uma edição do Vodafone Mexefest, que volta a soltar a música à volta da Avenida da Liberdade, com mais de 50 concertos em 14 espaços da capital, alguns deles em simultâneo. E porque o mais difícil, é mesmo escolher, o DN fez uma seleção do que não deve perder.

As diversas latitudes musicais de Tó Trips
Sociedade de Geografia
Tó Trips | Sexta, 27, 20.30
O rock visceral dos primeiros tempos, em bandas como Amen Sacristi, Santa Maria Gasolina em Teu Ventre ou Lulu Blind, deu lugar, nesta vertente a solo, a um intimismo que, à mistura com o seu virtuosismo inato, lhe garantiu um lugar cimeiro no restrito olimpo dos guitarristas nacionais. Pelo meio, entre uma coisa e outra, estão os Dead Combo, um dos mais aclamados projetos musicais surgidos neste Portugal do século XXI, da qual é uma das metades, a par de Pedro Gonçalves. O primeiro disco a solo de Tó Trips, Guitarra 66, surgiu em 2008 e teve como principal fonte de inspiração as memórias das viagens feitas com a mulher, Raquel. Após "inesperado sucesso" do álbum, as palavras são do próprio, foi com naturalidade que, no início de 2015, deu a conhecer o segundo capítulo da aventura: Guitarra Makaka: Danças A Um Deus Desconhecido, onde a sua guitarra acústica volta a guiar o ouvinte por diversas latitudes musicais.

Villagers apresentam Darling Arithmetic
Cinema São Jorge, Sala Manuel de Oliveira
Villagers | Sexta, 27, 21.10
Reza a lenda que a primeira canção desta banda irlandesa foi escrita por Conor O"Brien numa obscura manhã de ressaca da primavera de 2007, logo no dia seguinte ao fim do seu anterior grupo. Certo é que depressa conquistaram o seu lugar ao sol, com um indie folk melancólico. A estreia discográfica aconteceria apenas em 2010, com o álbum Becoming A Jackal que seria nomeado para um Mercury Prize, tal como aconteceria, três anos depois, com o seu sucessor, Awayland. Já em abril deste ano, editaram Darling Arithmetic, disco no qual Conor O"Brien tocou todos os instrumentos e que serve agora de pretexto a esta vinda ao Mexefest.

O hip-hop britânico de Roots Manuva
Estação do Rossio
Roots Manuva | Sexta, 27, 23.00
Nascido em Londres, este filho de emigrantes jamaicanos é um dos grandes cabeças de cartaz. Aos 43 anos, Rodney Hylton Smith, mais conhecido pelo nome de palco Roots Manuva, é uma das maiores estrelas do hip-hop britânico, conhecido não só pelo seu talento de letrista, mas também pelo modo como revolucionou este estilo musical ao longo das suas mais de duas décadas de carreira. Colaborador de nomes tão diversos como Cinematic Orchestra, Gorillaz ou The Maccabees, conta já com nove álbuns de originais, entre os quais o seminal Run Come Save Me, de 2001, considerado um dos melhores de sempre da história do hip-hop britânico. No final de outubro, editou o Bleeds, nova "obra-prima", como foi apelidado pela crítica, que agora apresenta no festival.

O Auto Radio de Benjamim
Estação do Rossio
Benjamim | Sábado, 28, 21.20
Deu-se a conhecer como Walter Benjamim, nome sacado ao famoso filósofo alemão, que o português Luís Nunes usou para assinar The Imaginary Life Of Rosemary And Me, um disco pop perfeito, cantado em inglês, por influência de um passado vivido em Londres, onde estudou engenharia de som. No regresso a Portugal, mudou-se para o Alvito, no Alentejo, onde começou tudo de novo, apenas como Benjamim. O resultado foi Auto Rádio, provavelmente um dos melhores discos portugueses (e em português) deste ano, que apresentou numa digressão de 33 datas seguidas.

Bombino, o Hendrix do Deserto
Estação do Rossio
Bombino | Sábado, 28, 23.10
Nascido em Agadez, no Níger, viveu exilado com a família entre a Argélia e a Líbia, devido à perseguição governamental sobre o seu povo e foi aí, num deserto perto de Trípoli, que este antigo pastor nómada aprendeu a tocar guitarra, através de vídeos de Jimy Hendrix e Mark Knopfler. O responsável pela sua descoberta foi o realizador norte-americano Ron Wyman, que o convenceu a gravar um disco. Agadez, assim se chamou esse primeiro registo, abriu-lhe as portas dos grandes festivais de música da Europa e EUA, onde passou a ser conhecido como o "Hendrix do Deserto". A consagração tornou-se total em 2013, quando editou o aclamado Nomad, produzido pelo músico Dan Auerbach, dos Black Keys, que agora apresenta em Portugal.

Benjamim Clementine regressa a Lisboa
Coliseu dos Recreios
Benjamin Clementine | Sexta, 27, 00.20
Depois do sucesso da sua passagem pelo festival Super Rock, o cantor e pianista britânico é talvez o nome mais aguardado desta edição do Mexefest. Foi em Paris, para onde se mudou com apenas 19 anos e onde chegou a viver como sem abrigo, que se deu a conhecer, por mão de um agente, hoje um dos seus melhores amigos, que o ouviu a tocar na rua. Em 2013, gravou o primeiro EP, Cornerstone, com o qual se apresentou no programa televisivo Later with Jools Holland, na BBC 2, onde, descalço, interpretou ao piano o tema que dá título ao disco, com a sua sua potente voz de barítono, arrebatando todos os presentes (entre eles Paul Mccartney). Estava dado o mote para o que viria a ser a carreira deste músico tímido e de poucas palavras, já por muitos comparado a Nina Simone, que se transfigura em palco, não deixando ninguém indiferente. Regressa agora a Lisboa, com o primeiro álbum em nome próprio At Least For Now, editado este ano.

Pom Pom de Ariel Pink no Coliseu de Lisboa
Coliseu dos Recreios
Ariel Pink | Sábado, 28, 22.00
Desde cedo que o norte-americano Ariel Marcus Rosenberg se revelou um prolífico compositor, com vocação para canções grandiosas e complexas, que começou a escrever com apenas 10 anos. Influenciado por bandas como Bauhaus, The Sisters of Mercy ou The Cure, ainda hoje a sua "banda favorita", gravou, desde 1996, mais de 500 canções. Desde 2002, sob o nome coletivo de Ariel Pink Haunted Graffiti, conta já com 11 discos de originais oficiais, feitos de diferentes ambiências musicais. Muitas vezes comparado ao mestre Frank Zappa, é atualmente um dos mais aclamados nomes da música alternativa norte-americana, em especial depois de ter editado, em 2014, o disco Pom Pom, o primeiro em nome próprio.

Canadiano Patrick Watson encerra festival
Coliseu dos Recreios
Patrick Watson | Sábado, 28, 00.20
Com mais de 10 anos de carreira e dono de uma imensa legião de fãs em Portugal, o músico canadiano regressa a Lisboa com o estatuto de estrela maior do Mexefest, cabendo-lhe a honra de encerrar os concertos na maior sala do festival. Conhecido pela sua voz de falsete e pela mistura exímia que faz de uma pop perfeita com os mais diversos experimentalismos, já escreveu 15 bandas sonoras para cinema e televisão, mas foi na liderança da banda que leva o seu nome que ascendeu ao Olimpo da música alternativa, em especial com o aclamado álbum Close To Paradise, de 2006. Desta vez, vem apresentar o novo Love Songs For Robots, editado este ano, por muitos considerado "o mais inovador" do seu já longo percurso.

Dos Titus Andronicus espera-se valente festa rock
Ateneu Comercial
Titus Andronicus | Sexta, 27, 00.30
A celebrar este ano 10 anos de carreira, o coletivo Titus Andronicus, de Nova Jersey liderado por Patrick Stickles é sempre sinónimo de uma valente festa rock, ao melhor estilo do espírito punk que sempre os caracterizou - como aconteceu em 2013, no Porto, no Primavera Sound, onde apresentaram um dos melhores espetáculos do festival. Com 4 álbuns no currículo, vêm desta vez apresentar o conceptual The Most Lamentable Tragedy, um disco editado em junho deste ano, com ingredientes de ópera-rock e inspirado numa tragédia de Shakespeare, que é composto por 29 temas, entre eles versões de Daniel Johnston e The Pogues.

Nicolas Godin em nome próprio
Teatro Tivoli
Nicolas Godin | Sábado, 28, 23.10
Este músico francês é a alma criativa, a par de Jean-Benoît Dunckel, de um dos mais importantes projetos da pop eletrónica europeia dos últimos 20 anos, os Air. Desengane-se, no entanto, quem espera ir assistir a um mero sucedâneo do seu trabalho nos Air. Depois de tantos anos a trabalhar em duo, Nicolas decidiu partir em busca de algo novo e o resultado foi o primeiro registo a solo Contrepoint, inspirado no pianista canadiano Glenn Gould e no modo como este reinventou a obra de Bach. Cada tema contém um excerto de uma peça de Bach, fundida depois numa panóplia de ritmos e géneros musicais, na qual participam diversos convidados, como Gordon Tracks, Marcelo Camelo ou o coro Macedónio F.A.M.E."S.

A música eletrónica, hip hop, e punk rock de Peaches
Tanque
Peaches | Sábado, 28, 23.30
O regresso da canadiana Peaches a Portugal é sempre motivo de celebração. Tornada num verdadeiro ícone pop desde que surgiu, em 2000, com The Teaches Of Peaches, os seus espetáculos vão sempre muito para além da música, revelando uma artista de corpo inteiro, sem pruridos, que tem na sexualidade e no sexo uma das suas principais temáticas para abanar convenções e consciências. Depois de vários anos dedicada ao teatro, à escrita e ao cinema, regressou este ano aos discos com RUB, um álbum onde volta a explorar com mestria a mistura de eletrónica, hip-hop e punk rock que sempre a celebrizou.

 


in Diário de Notícias | 25 de novembro de 2015

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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