Famalicão chegou a um consenso quanto ao trajeto do  Caminho de Santiago em território concelhio. Desde meados da Idade Média que milhares de peregrinos percorrem todos os anos os Caminhos de Santiago, seguindo de vários pontos da Europa até Santiago de Compostela, no Norte de Espanha, para venerar as relíquias do apóstolo Santiago Maior. Nas últimas décadas, a afluência portuguesa tem sido enorme originando um fenómeno que se consolida e aumenta de dia para dia, o que levou à criação do Caminho Português de Santiago. A rota secular assenta no caminho histórico percorrido durante séculos pelos peregrinos. No entanto, no concelho de Vila Nova de Famalicão  a tradição e a história demonstram que os peregrinos dividiam-se por dois traçados diferentes.

Com o objetivo chegar a um consenso quanto à escolha de um itinerário principal de forma a dar início à marcação do Caminho de Santiago em território famalicense, a Câmara Municipal, promoveu no passado dia 16 de outubro um colóquio, que contou com a presença de dois conceituados investigadores e autores de diversas obras sobre o assunto  – Carlos Brochado de Almeida e Arlindo de Magalhães Ribeiro Cunha – para debater a temática. A iniciativa reuniu cerca de uma centena de participantes e destacou-se pelo caráter interventivo e pelo consenso generalizado.

A antiga Via Romana do XVI, que tem por base as pontes e caminhos romanos, é então o traçado escolhido, seguindo desde a Ponte da Lagoncinha (Lousado), Santa Catarina (Cabeçudos), Portela de Baixo (Santiago de Antas), São Martinho do Vale, São Cosme do Vale, Telhado, Carreiras (Portela de Santa Marinha), seguindo depois para Braga.

Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal, mostrou-se muito satisfeito com a “conclusão deste tema. Finalmente temos em Famalicão um caminho de Santiago consensualizado, que respeita o rigor histórico e potencia o nível turístico e religioso associado”.