A Capela Sistina, no Vaticano, foi o cenário privilegiado para a gravação de um disco de música litúrgica, pelo coro daquela capela.

No Vaticano foi apresentado esta terça-feira o álbum Cantate Domino, gravado pela conhecida editora alemã Deutsche Grammophon, especializada em música clássica. É a primeira vez na história que a Capela Sistina, situada no Palácio Apostólico, a residência oficial do Papa no Vaticano, permite a gravação integral de um disco no seu interior.

A Capela, que recebe diariamente cerca de 20 mil pessoas, é uma jóia do renascimento italiano e famosa, entre outras coisas, pelos frescos de Miguel Ângelo. Com direção de Massimo Palombella, os 20 cantores adultos e as 30 crianças que formam o coro pessoal do papa, interpretaram composições de Palestrina, Orlando di Lasso e Tomás Luis de Victoria, que foram escritas especialmente para o coro da Capela Sistina.

No repertório estão incluídas duas peças de canto gregoriano e outros tesouros, como a versão original de Miserere, de Gregorio Allegri, e Nunc Dimittis, atribuída a Palestrina, que ainda é usada em celebrações papais, explicaram fontes do Vaticano. "De facto, toda a música incluída no CD é utilizada habitualmente pela Capela Musical Pontifícia nas celebrações do Papa", afirmou o diretor do coro Palombella na conversa de apresentação.

"A combinação entre a acústica única da Capela Sistina e a aproximação à interpretação destas canções escritas há séculos permite criar e sentir uma atmosfera mágica e única", destacou Mark Wilkinson, o presidente da Deutsche Grammophon. Wilkinson defendeu a beleza de um disco, "que tem a capacidade de contar a história de uma música especial e transmitir sons únicos a uma audiência global". O dinheiro arrecadado com a venda do álbum será destinado a obras de caridade, um pedido feito pelo papa Francisco.

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in Público | 30 de Setembro de 2015

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público