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Mosteiro de São João de Tarouca integra catálogo da exposição "Clairvaux. L’aventure cistercienne"
Já considerada uma obra de referência no que diz respeito ao estudo e divulgação da História da Ordem de Cister na Europa, "Clairvaux. L’aventure cistercienne" é o catálogo da exposição com o mesmo nome (patente até 15 de novembro em Troyes, França) que reúne mais de 150 documentos e objetos raros cedidos por 37 instituições europeias.
Entre as peças raras estão um anel de oração e uma panela de barro, ambos provenientes do Mosteiro de São João de Tarouca e parte integrante desta nova publicação sobre Cister.
Ao todo são 600 páginas de história, com mais de 300 ilustrações, que além de reunirem as obras expostas apresentam um conjunto de artigos sobre a abadia cisterciense francesa desde o século XII até à atualidade, como resultado dos últimos estudos históricos e científicos realizados.
A presença das duas peças provenientes do Mosteiro de São João de Tarouca nesta nova publicação justifica-se a partir do momento em que os dois mosteiros estão umbilicalmente ligados, na relação estabelecida entre “abadia mãe” (Claraval) e “abadia filha” (São João de Tarouca).
Ao mesmo tempo, a raridade deste achado, descoberto durante as escavações arqueológicas realizadas no Mosteiro de São João de Tarouca entre 1998 e 2007, reveste-se de uma importância excecional, a partir do momento em que é o único caso até agora comprovado arqueologicamente. Datado do início do século XIII, foi encontrado entre as argamassas da parede norte da Sala do Capítulo. Trata-se de um anel em prata que apresenta um conjunto de dezoito letras maiúsculas, cada uma correspondente ao início de um verso completo, sobre a qual, simbolicamente, foi edificado todo o mosteiro.
Ligado provavelmente a um ritual de sagração e esconjuro de espaços sagrados no período medieval, ao anel, único em todo o mundo, junta-se uma modesta panela de barro preto, encontrada na parede oposta da mesma Sala do Capítulo, parecendo simbolizar o diálogo entre o sagrado e o profano.
São estas relações entre os objetos e os seus significados, entre os objetos e a vida monástica, entre os objetos e os rituais sagrados que os arqueólogos Ana Sampaio e Castro e Luís Sebastian abordam na obra "Clairvaux. L’aventure cistercienne".