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Curtas-metragens portuguesas a caminho do Festival de Locarno
Imagem: NOITE SEM DISTÂNCIA, de Lois Patiño (Portugal · 2015 ·DOC · FIC · 23’)
A 68ª edição do Festival de Cinema de Locarno arranca hoje na Suíça e vai apresentar, em estreia internacional, curtas-metragens de João Rosas, Manuel Mozos, Sandro Aguilar e Lois Patiño.
O prestigiado Festival de Cinema de Locarno selecionou quatro curtas-metragens de produção portuguesa, distribuídas pela Agência da Curta Metragem. Os filmes serão exibidos em estreia internacional no próximo sábado, 8 de agosto.
“Maria do Mar”, de João Rosas, integra a competição “Pardi di Domani”, reservada a jovens cineastas que ainda não realizaram longas-metragens. O filme, vencedor da Competição Nacional da última edição do Curtas Vila do Conde, tem como personagem principal Nicolau, um rapaz de 14 anos, que passa um fim-de-semana de verão com o irmão mais velho e os amigos. A bela e reservada Maria do Mar é alvo da atenção de todos, mas Nicolau é quem mais verá a sua vida perturbada por aquela inesperada presença feminina.
Também em estreia internacional, mas na secção não competitiva “Fuori Concorso”, serão apresentadas três produções do Curtas Vila do Conde: “Undisclosed Recipients” de Sandro Aguilar, “A Glória de Fazer Cinema em Portugal” de Manuel Mozos e “Noite Sem Distância” do galego Lois Patiño.
As três obras foram filmadas na zona norte do país integrando, na equipa técnica, estudantes de cinema e audiovisual. Para “Undisclosed Recipients” Sandro Aguilar escolheu como ponto de partida a energia do Festival de Paredes de Coura. “Interessou-me observar por uma vez os jovens, aqui num certo estado físico e mental, misto muito sugestivo de alheamento e alerta”, refere o realizador.
Filmada na fronteira entre Portugal e Galiza, “Noite Sem Distância”, de Lois Patiño, desenvolve as histórias a região, entre elas, o papel do contrabando no crescimento dos dois países. Alguns habitantes da zona que foram, inclusivamente, contrabandistas na juventude, participaram no filme enquanto atores.
Já Manuel Mozos, inspirou-se numa carta que José Régio escreveu, em 1929, a Alberto Serpa onde manifestou a vontade de fundar uma produtora para começar a fazer cinema. Durante quase noventa anos, nada se soube sobre o desfecho deste pedido: nunca se encontrou qualquer resposta de Serpa à carta e Régio não terá voltado a mencionar o assunto. “A Glória de Fazer Cinema em Portugal” tenta desvendar o desfecho desta história.
As obras integram o catálogo da Agência da Curta Metragem, criada pela Curtas Metragens CRL, entidade que realiza há mais de duas décadas o Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema. A Agência assume um papel de extrema importância na projeção internacional das curtas-metragens portuguesas, quer através de ações de promoção em diversos festivais de cinema, quer através da organização de programas especiais retrospetivos ou de iniciativas como O Dia Mais Curto que regressa em dezembro de 2015.
Atualmente, o catálogo da Agência da Curta Metragem integra cerca de 400 filmes, de autores emergentes e de conceituados realizadores portugueses.