Passados alguns meses sobre o seu desaparecimento, Manoel de Oliveira (1908-2015) continua a ser alvo de atenções e homenagens. Neste verão e na data do seu aniversário, em dezembro, vão suceder-se os programas de revisitação da sua obra, em Portugal mas também lá fora.
Dois exemplos, com a curiosidade de acontecerem no mesmo dia – 9 de agosto –, em Melgaço e numa pequena cidade do centro de França, Chauvigny (perto de Poitiers). Na vila do Alto Minho, e integrada na segunda edição do festival internacional de documentário Filmes do Homem, o Museu de Cinema Jean Loup Passek inaugura uma exposição documental dedicada ao realizador, que dará atenção especial ao filme Viagem ao Princípio do Mundo (1997), rodado nesta região, entre Caminha, Melgaço e Castro Laboreiro. “Belíssimo filme sobre o tempo perdido e já inacessível, como a flor vermelha que Marcello Mastroianni/Manoel tenta colher, no Parque do Grande Hotel, numa árvore doravante demasiado alta para ele”, escreve Bernard Despomadères, comissário da exposição que mostrará cartazes e fotografias de filmes, além de outras imagens que documentam a vida pessoal e familiar do realizador – entre elas, a que testemunha, em 2008, o último encontro de Oliveira com Passek, o colecionador, crítico e historiador de cinema em grande parte responsável pela divulgação da obra do cineasta português em França, como programador do Centro Pompidou ou como diretor do festival de La Rochelle.
Neste país, de resto, a atenção a Oliveira mantém-se. No mesmo dia 9 de agosto, em Chauvigny, a editora L’Escampette e a livraria L’Échappée, ambas criadas pelo editor Claude Rouquet (1947-2015), incluem uma homenagem ao realizador no programa da segunda edição da Échappée de verão, especialmente centrada na literatura portuguesa. Além do lançamento do livro de bolso Portugal futur, com poemas de Ruy Belo e Jorge de Sena, e de um recital de Marie-Christine Barrault (que foi atriz de Oliveira em Le Soulier de Satin, 1985) a ler Camões e Sophia, haverá uma exibição ao ar livre de Aniki-Bóbó, apresentado pelo crítico francês Fred Abrachkoff.
De regresso a Portugal, o Figueira da Foz FilmArt, regressado no ano passado ao calendário dos festivais de cinema, dedica o dia 11 de setembro a homenagear o realizador que, antes de morrer, tinha aceitado ser o padrinho da edição deste ano. Projeção de filmes, um encontro com atores, familiares e colaboradores de Oliveira a atribuição de dois prémios fazem parte do programa.
No próximo dia 18 de janeiro, pelas 21h00, sobe ao palco do Auditório da Fundação Oriente, em Lisboa, um espetáculo apresentado por Tristão de Andrade, que celebra sua vida e obra como poeta, escritor, cantautor e músico.Findo o passatempo, anunciamos aqui os nomes dos vencedores apurados!