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Se é verão, é tempo de a música regressar ao Museu do Chiado

Chegámos a julho e ei-las de volta, as Noites de verão no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado.

O guitarrista Joe Morris é o primeiro nome a actuar no Jardim das EsculturasDR
As Noites de verão do Museu do Chiado têm início esta sexta-feira, com o guitarrista Joe Morris, e prolongam-se semanalmente até 4 de setembro, com concertos de Djumbai Djazz, Barry Guy, Éme ou David Maranha & Helena Espvall. 

Já é um clássico dos verãos lisboetas. Desde há cinco anos que, por esta altura, vemos abrirem-se à música as portas do Jardim das Esculturas do Museu do Chiado. Enquanto a tarde cai e a noite se anuncia, a brisa suave conforta e o som ora estimula e surpreende, ora pede a reação imediata ao bom ritmo para a dança, ora suscita introspeção experimentalista ou o mergulho no desconhecido.

Arrancam já esta sexta-feira com o guitarrista jazz americano Joe Morris, e continuarão semanalmente até 4 de setembro, quando o grego sedeado em Berlim Bill Kouligas mostrar o que resulta, nas suas mãos, da confluência da exploração vanguardista com o apelo direto do techno ou da house. A entrada é gratuita e todos os concertos têm início marcado para as 19h30.

Joe Morris, considerado um dos grandes intérpretes da guitarra no contexto jazz e da música improvisada, companheiro de palco de Anthony Braxton e colaborador, em trio, com o contrabaixista William Parker e o baterista Hamid Drake, chega a Lisboa depois de ter editado este ano Joe Morris Solos Bimhuis, gravado na Bimhuis, célebre casa do jazz em Amesterdão. Duas semanas depois, dia 24 de julho, o Jardim das Esculturas acolhe outro mestre do jazz europeu e a da improvisação, o contrabaixista Barry Guy, fundador da London Jazz Composers Composers Orchestra na década de 1970, irmão espiritual, no gosto pela pesquisa, de Derek Bailey ou Evan Parker.

Dia 17 de junho, por sua vez, ouvir-se-á algo completamente distinto de Morris ou Guy. Subirão a palco os Djumbai Djazz, fundados em 1999, em Lisboa, pelo guineense maio Coopé. Na sua música equilibram-se história pessoal e a celebração das raízes. Acompanhado por Braima Galissá, na kora, e por Sadjo Cassamá, em guitarra e voz, maio Coopé reenquadra a tradição musical da Guiné Bissau na diáspora que integra, abrindo-lhe novos horizontes. Cerca de um mês depois, dia 21 de agosto, assistiremos a algo semelhante no concerto de Julinho da Concertina. Cabo-verdiano chegado a Portugal em 1973, exímio na concertina, é uma verdadeira arca de sabedoria popular, vivíssima, onde encontramos o repertório clássico de funaná, mornas e coladeras, e também os originais que foi reunindo ao longo de quatro décadas.

No último dia de julho, aterram vindos de Glasgow os Yong Yong, ou seja, Rodolfo Brito e Francisco, que se conheceram na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha e que continuaram a desenvolver a sua música antes da mudança para a cidade escocesa onde hoje residem. Autores de Love ou Greatest It’s, são manipuladores sonoros que extraem música do laptop, da voz processada, dos vários pedais que distorcem e amplificam o som. Já em agosto, dia 7, teremos a sempre grata oportunidade de revisitar as canções de Último Siso, o magnífico álbum que Éme nos ofereceu em 2014 e que foi confirmação de um músico e compositor que, decididamente inscrito no seu tempo e no seu espaço, conseguiu alcançar essa qualidade rara que é a intemporalidade.

A programação completa-se com o italiano Lorenzo Senni e o seu questionamento das linguagens da eletrónica dançável (dia 14), com a profícua parceria entre David Maranha, dos Osso Exótico, nome fulcral da música experimental portuguesa, e a violoncelista sueca radicada em Portugal Helena Espvall, de que resultou este ano o disco Sombras Incendiadas (28 de agosto), e com o supracitado Bill Kouligas (4 de setembro).

in jornal Público | 10 de julho de 2015
Notícia em Destaque, no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público
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