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Centro Nacional de Cultura recebe Prémio Internacional Terras sem Sombra

S.A.R o Príncipe D. Pedro de Borbón-Duas Sicílias, Duque de Noto, preside à cerimónia de entrega.

S.A.R o Príncipe D. Pedro de Borbón-Duas Sicílias, Duque de Noto
Prémio Internacional Terras sem Sombra distingue o musicólogo espanhol Ismael Fernández de la Cuesta, o Centro Nacional de Cultura e o Programa Mediterrâneo do WWF. A cerimónia de entrega acontece em Sines, no Auditório do Centro das Artes, dia 4 de julho, às 17h30. 

É o corolário de uma edição – a 11.ª – do Festival Terras sem Sombra que, sob a direção artística de Juan Ángel Vela de Campo, focou a atenção nas tradições musicais da Europa do Sul (Portugal, Espanha, França, Itália e Malta), salientando-se pelo alto nível artístico e pela singular associação entre música, património e biodiversidade. A iniciativa é realizada em parceria com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve e do Município de Sines.

Com periodicidade anual, o Prémio Internacional Terras sem Sombra foi instituído pelo Conselho de Curadores do Festival Terras sem Sombra, em 2011. Homenageia uma personalidade ou instituição que se tenham salientado, ao nível global, em cada uma das seguintes categorias: a promoção da Música; a valorização do Património Cultural; e a salvaguarda da Biodiversidade.

A escolha dos recipiendários é da responsabilidade de um júri internacional, designado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja. O Prémio consta de um diploma e de uma obra de arte de um artista contemporâneo, sendo entregue num momento culminante da temporada musical no Alentejo.

Em 2015, são distinguidos Ismael Fernández de la Cuesta, figura destacada do meio musical espanhol, cuja obra de investigação e divulgação do canto gregoriano constitui uma referência internacional, abrindo brilhantes perspetivas sobre o património musical da Europa meridional e de Ibero-América; o Centro Nacional de Cultura, que cumpre 70 anos de atividade, contribuindo notavelmente para a irradiação do património português no mundo; e o Programa Mediterrâneo do WWF, que tem dado contributos fundamentais para o conhecimento e a defesa da biodiversidade nesta macrorregião, muito sensível do ponto de vista ambiental.

Ismael Fernández de la Cuesta
Musicólogo e intérprete reconhecido internacionalmente, com bibliografia extensa, em particular sobre o canto gregoriano e a música medieval. Diretor do Coro de Monjes de Santo Domingo de Silos (1964-1973), fundador e diretor do Coro de Canto Gregoriano – The Gregorian Chant Choir of Spain, com o qual realizou concertos nos principais recintos especializados do mundo, difundiu o canto gregoriano em todos os continentes através dos seus registos discográficos, situados no topo da lista de vendas mundial. Entre outros galardões, obteve o Grand Prix Charles Cros (1972), por Las mejores obras de Canto Gregoriano (Chant I); Great Award of the Festival of the Fines Arts of Tokyo (1974), pelo álbum Tomás Luis de Victoria, Hebdomada Sancta; Nomeação para o EMMY, Hollywood (1996), por The Gregorian Chant: Songs of the Spirit (PBS TV, Estados Unidos da América); e o Gabriel Award (1996), pela mesma coletânea. Em 2007 foi alvo de uma notável homenagem científico-musical, por parte de destacados musicólogos e professores especialistas, publicada em dois volumes, sob a direção de Robert Stevenson, pela Universidade da Califórnia, em Los Ángeles.

O Prof. Fernández de la Cuesta estudou Humanidades no Mosteiro de Santo Domingo de Silos, onde foi niño cantor. Especializado em canto gregoriano na Abbaye Saint Pierre de Solesmes (França), graduou-se em Teologia pela Université Catholique de Angers e realizou a licenciatura em Filologia Românica, na UNED (Espanha), com o objetivo de publicar a música completa dos trovadores occitanos (Las Cançons dels Trobadors, Toulouse, 1980). Catedrático de Gregoriano no Real Conservatorio Superior de Música de Madrid (1978-2011), foi presidente da Sociedad Española de Musicología (1984-1995), de que é membro perpétuo. Nessa qualidade, impulsionou a celebração, n capital espanhola. Em 1992, do mundialmente famoso XV Congresso da International Musicological Society. Membro fundador do CERIMM (Centre pour la Recherche et l'Interprétation des Musiques Médiévales), de Paris, é académico numerário e vice-diretor da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando de España. O Governo do seu país distinguiu-o, em 2011, com a Grã-Cruz da Orden Civil de Alfonso X el Sabio. En 2015 recebeu o Prémio de Castilla y León. Atualmente promove programas e realiza cursos para a defesa do património musical ibero-americano.

Centro Nacional de Cultura
O Centro Nacional de Cultura (CNC) é uma associação cultural, fundada em 1945, como um espaço de encontro e de diálogo entre os diversos setores políticos e ideológicos, tendo em vista a defesa de uma cultura livre e pluridisciplinar. Desde o 25 de Abril de 1974, tem-se esforçado por transmitir uma noção de cultura sem fronteiras, quer disciplinares, quer geográficas.
Procura, nesta medida, ser o elo de ligação entre aqueles cujos caminhos normalmente não se cruzam: idosos e jovens, artistas e empresários, setor público e setor privado. Parte muito considerável da sua ação encontra-se dedicada à defesa do património cultural português, à divulgação do papel desempenhado pela cultura portuguesa no mundo, e à atualização das suas relações com outras culturas.
Isto é feito através de exposições, de publicações, de cursos de formação, de viagens de estudo de âmbito cultural e de colóquios. Para além das atividades dirigidas ao grande público, o CNC organiza ateliers infantis e ações de formação específica para jovens, professores e guias de turismo cultural; promove cursos livres abrangendo as mais diferentes áreas; e presta serviços culturais a associações, empresas, autarquias e organismos públicos.
A dimensão europeia tem vindo a adquirir peso crescente nas iniciativas do CNC, que desenvolve importantes projetos em parceria com congéneres de outros países europeus e acolhe estagiários e artistas estrangeiros ao longo do ano.


Programa Mediterrâneo do WWF
Reconhecido a nível internacional pelo trabalho nos âmbitos da conservação da natureza e da salvaguarda da biodiversidade, o WWF (World Wide Fund for Nature, antes World Wildlife Fund) é uma organização não-governamental, fundada em 1961, na cidade suíça de Morges, por Julian Huxley, Edward Max Nicholson, Peter Scott, Bernhard de Lippe-Biesterfeld (Príncipe Consorte da Rainha Juliana dos Países Baixos) e Philip, Duque de Edimburgo (Príncipe Consorte da Rainha Isabel II do Reino Unido).
Projeto-piloto presente em vários países da bacia mediterrânica, o Programa Mediterrâneo do WWF visa a conservação da biodiversidade desta macrorregião e a utilização sustentável dos recursos naturais em benefício de todos. Incide, em particular, na conservação das florestas, dos recursos hídricos e dos ecossistemas marinhos; na promoção do estabelecimento de áreas protegidas e de boas práticas na utilização dos recursos naturais; na manutenção da biodiversidade; e na disseminação de funções ecológicas.
O WWF intervém em Portugal desde 1995, tendo estado envolvido na constituição do Parque Natural do Vale do Guadiana. Em 1999, lançou a iniciativa “Um Cordão Verde para o Sul de Portugal”, projeto de referência na área da conservação de ecossistemas prioritários. Em 2004, deu-se início ao Programa Sobreiro, com o objetivo de contribuir para a proteção, recuperação e gestão dos montados de Sobreiro no Mediterrâneo, tendo-se constituído uma equipa permanente para o efeito no país.
Em 2006, o WWF Portugal promoveu a Iniciativa Nacional do FSC (Forest Stewardship Council, Conselho de Gestão Florestal), que viria a constituir o FSC Portugal, e em 2008 lançou a Rede Ibérica de Comércio Florestal juntamente, com o WWF Espanha. Em 2009, alargou o âmbito da sua ação ao binómio Alterações Climáticas e Água, tendo em vista uma maior intervenção sobre a sociedade portuguesa nos temas prioritários para a organização.

 

www.festivalterrassemsombra.org

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