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Vhils faz Amália Rodrigues na calçada portuguesa
A obra que será desvendada na próxima quinta-feira e que vai ser capa de um disco, teve "dois a três meses de preparação mais quatro semanas de trabalho com os calceteiros" da Câmara de Lisboa e da Escola de Calceteiros de Lisboa. Assim nasceu o rosto de Amália Rodrigues em calçada, a primeira obra de Vhils deste género, contou o próprio à agência Lusa.
O desafio para criar esta obra com o rosto da fadista partiu de Ruben Alves, o realizador de A Gaiola Dourada , que quando idealizou a capa do disco que andava a preparar - Amália, As Vozes do Fado, uma homenagem com fadistas da nova geração - que se lembrou que "o fado é uma música urbana", tal como o trabalho de Vhils."Ele aceitou logo o desafio e foi mais longe do que a minha proposta, sugerindo que o rosto fosse feito em calçada portuguesa", contou Ruben Alves à Lusa.
Apesar de ser em calçada portuguesa, o retrato "aparece como uma onda do mar que [começa no chão e] subiu a parede", explicou Vhils, acrescentando: assim, quando chover, "faz chorar as pedras da calçada", havendo uma ligação ao fado.Neste rosto de Amália, o 'background' de Vhils, ligado à cultura de rua (ao hip-hop e ao graffiti), e a Lisboa de hoje e de ontem encontram-se, referiu o artista.
A obra será apresentada na próxima quinta-feira, dia 2 de julho, ao final da tarde, em Alfama, na mesma altura em que será apresentado o disco, Amália, As Vozes do Fado que tem a direção artística de Ruben Alves.
Com o disco, no qual participam, entre outros, vozes como: António Zambujo, Carminho, Camané, Gisela João e Ricardo Ribeiro, o realizador quer passar "uma imagem atual do fado, sem desvirtuar as músicas originais". Amália, As Vozes do Fado conta igualmente com a participação da irmã da fadista, Celeste Rodrigues, "que canta um tema que Amália nunca tinha gravado", do brasileiro Caetano Veloso, da cabo-verdiana Mayra Andrade e do angolano Bonga, que faz um dueto com Ana Moura numa música produzida por Branko (dos Buraka Som Sistema).
Deste projeto faz ainda parte um documentário, que está em fase de preparação. "Quando me convidaram para preparar o disco pensei: já que vou fazer isto, vou filmar e mais à frente vou fazer um documentário", contou. A ideia de Ruben Alves é mostrar "como é o fado nos dias de hoje", falar "sobre o fado numa maneira urbana".
O disco, editado pela Universal, estará disponível a 17 de julho e o documentário, a ser exibido pela TVI, deve estar pronto no final do ano.