Festa do cinema no Alentejo arranca com tributo a Manoel de Oliveira
O FIKE 2015 acontece nas cidades Beja, Évora e Portalegre, onde vão ser projetados cerca de 40 estreias internacionais. Ao todo, vão estar em exibição mais de 100 filmes em competição e nas mostras paralelas.
Quarenta e oito filmes de 17 países vão estar em competição a partir desta terça-feira, no Alentejo. É a 13ª edição do FIKE – o Festival Internacional de Curtas Metragens que, pela primeira vez, chega à cidade de Portalegre, para além de Évora e Beja.
Para João Paulo Macedo, diretor-geral do FIKE, “o alargamento das atividades do Festival à cidade de Portalegre, é a terceira etapa de um projeto iniciado em 2013, e um dos marcos importantes da história do festival. A organização pretende consolidar este modelo e cimentar as suas atividades nas três capitais alentejanas”.
Em competição e nas mostras paralelas somam-se quatro dezenas de estreias internacionais e mais de 100 filmes. Argentina, Israel, Austrália, Tunísia, Vietname, Camboja, Rússia, Polónia, Eslováquia, Alemanha, Bélgica, França, Suécia, Suíça, Itália, Espanha e Portugal são os países que estão nas secções competitivas.
A organização do festival afirma que o FIKE “é uma marca cultural incontornável no panorama nacional e internacional” e espera assumir no futuro, “um papel ainda mais relevante e dar um maior contributo para o desenvolvimento socioeconómico e cultural da região do Alentejo”.
A atriz portuguesa Adelaide Teixeira, o italiano Carlo Dessi, diretor artístico do SFF – Sardinia Film Festival, e ainda, o músico norte-americano e compositor de bandas sonoras, Nik Phelps, integram o júri oficial.
A sessão especial de encerramento efetua-se no dia 13, no Teatro Garcia Resende, onde a Banda Euterpe de Portalegre, dirigida pelo maestro Henrique Ruivo, vai brindar a assistência com vários temas de bandas sonoras de filmes.
Manoel de Oliveira nas telas alentejanas Depois da inauguração do FIKE, vai ser projetado o documentário biográfico inédito de Manoel de Oliveira, "Visita ou memórias e confissões", com a presença de familiares do realizador. O festival de curtas metragens é, de acordo com a organização “o primeiro festival de cinema português e o segundo no mundo a exibir o filme”.
Manoel de Oliveira realizou "Visita ou memórias e confissões" em 1982. Por sua vontade expressa, o filme deveria ser estreado postumamente, pelo facto ficou à guarda da Cinemateca Portuguesa até ao passado dia 4 de maio, data da sua estreia no Porto.
No filme, a partir de um texto de Agustina Bessa-Luís, Oliveira filma a sua casa, a casa da Rua Vilarinha, no Porto. Um projeto do arquiteto José Porto e a casa habitada pela família desde o casamento em 1940 até aos anos 80. Momento doloroso em que se vê forçado a vender a casa. No filme, além do realizador e da esposa, Maria Isabel, aparece o escritor Urbano Távares Rodrigues, com quem Manoel de Oliveira trava conhecimento aquando da sua detenção pela PIDE em 1963.
por Rosário Silva, in Rádio Renascença | 9 de junho de 2015
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